quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"DICAS DO CHEF ERNÂNI" -FÍGADO DE FRANGO COM AMORAS E XEREZ -


Fígado de frango com amora e xerez
Rendimento: 04 porções
Custo Médio por porção: R$ 1,23
Custo Médio da Receita: R$ 4,94
*O custo médio é variável por região.
Ingredientes
Quant. Unid. Ingrediente Observação Preço
Unit. Preço
Total
0,480 kg Miúdos de frango fígado de molho no leite 5,800 2,784
0,200 l Leite tipo b 1,240 0,248
0,020 l Vinho xerez seco 50,000 1,000
0,009 l Azeite de oliva 26,800 0,241
0,004 kg Sal refinado 0,830 0,003
0,020 kg Farinha de trigo 1,690 0,034
0,015 kg Manteiga 1,670 0,025
0,030 kg Amora de molho no vinho xerez 20,000 0,600


Modo de Preparo
1. Escorra os fígados de frango e corte-os em tamanho adequado de sua preferência. Passe-os pela farinha de trigo.

2. Escorra as amoras e reserve o xerez para o molho.

3. Aqueça o azeite e a manteiga numa frigideira, até a manteiga começar a escurecer. Acrescente o fígado e as amoras. Polvilhe com o sal e refogue até o fígado ficar dourado por fora, mais rosado por dentro, o que leva uns quatro minutos.

4. Acrescente o xerez reservado e cozinhe até evaporar, por cerca de 1 minuto.

Sirva o fígado com chicória grelhada temperada com um pouco de suco de limão e decorado com raminhos de salsa e fatias de limão.

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PÔR DO SOL NO CAMPO FLAVIO MARCUS DA SILVA


6 - PÔR DO SOL NO CAMPO


Desde que perdeu sua fortuna e teve que vender quase todos os seus bens para pagar os credores, o velho fazendeiro ceifava e punha para secar ele mesmo as gramíneas que cresciam ao redor de sua casa, conduzindo-as, depois de secas, em uma velha carroça até o curral, onde alimentava com o feno as dez vacas leiteiras que possuía, seu único sustento naqueles tempos de crise.
Viúvo e solitário, sem amigos, vivendo a trinta quilômetros do arraial mais próximo, sem nada para ocupar seu tempo livre [a não ser os poucos livros que encomendava a um mascate que passava por ali de mês em mês, com quem às vezes trocava um dedo de prosa sobre a política na Corte], o velho fazendeiro, ao abrir a janela do seu quarto em uma bela manhã de domingo, no início do outono de 1828, sentiu seu coração encher-se de alegria quando viu chegar seu filho Miguel, em uma carroça puxada por dois cavalos estropiados, trazendo com ele sua jovem esposa Amália e seu filhinho Amadeu, nascido naqueles dias.
Cinco anos depois, no final de uma tarde fria de maio, enquanto colocava o feno numa velha carroça de madeira, o fazendeiro lembrava-se da chegada do filho como uma benção de Deus, um milagre que o salvara da Morte,expulsando-a de sua casa no momento em que ela já se erguia, com a foice em punho, para abatê-lo – sem complicação nenhuma, já que ele próprio tinha tudo preparado numa das gavetas da cozinha: uma porção de ervas venenosas, que cresciam no seu jardim, mas que, para que fossem mortais, tinham que ser preparadas de uma maneira especial, respeitando-se a época da colheita, a maturação das plantas, os horários, as misturas corretas das folhas e a temperatura.
E tudo isso estava pronto naquele domingo – o veneno guardado na gaveta, à espera –,quando o filho chegou, reconciliador, disposto a fazer as pazes com o pai [depois de quinze anos], e trazendo, para a alegria da casa, uma esposa bondosa e uma criança cheia de amor para dar.
Foi o que lhe devolveu a vida.
Mas lá estava ele, juntando o feno com um garfo ao pôr do sol, enquanto o filho cuidava das vacas, a nora preparava uma sopa e o neto brincava com pedrinhas e gravetos embaixo de uma frondosa árvore, de sombra acolhedora.
De repente, um vento forte começou a soprar, vindo de várias direções, levantando e espalhando o feno que se encontrava na carroça.
Essa imagem das plantas secas voando para todos os lados fez-lhe pensar sobre a sua vida, que, ele sentia, aproximava-se do fim, às vésperas de completar 75 anos:
Penso que a maior parte do que eu plantei, eu colhi... Veja isto, velho... Neste feno há gramíneas e leguminosas de diversas qualidades e tamanhos que, quando não são ingeridas pelas vacas, são absorvidas pelo solo como adubo, que vai alimentar outras vidas, nesta e em outras gerações...
Ora, não é assim a própria vida?
Como eu disse, muito do que eu plantei, eu já colhi. A solidão amarga e triste que eu vivi durante anos só pode ter sido fruto do meu egoísmo e da maldade que eu pratiquei na juventude e nos anos de abastança, guiado pelo meu desejo de poder e riqueza...
Ao outro que me desprezava, eu dei o meu desprezo, plantando assim o desprezo na minha vida... A humilhação que eu sofri, eu paguei com a humilhação que eu fiz o outro sofrer, plantando assim a humilhação na minha vida... Vinganças, traições... Julguei e espalhei boatos sobre pessoas que eu nem conhecia, só para prejudicá-las... E se eu estendi a mão a alguém, foi por puro interesse... Maldade, perversidade, cinismo, maledicência... Tudo isso eu plantei...
Mas será que eu já colhi todo o mal que eu fiz?
Não. Eu não colhi tudo... Veja estas folhas e talos que voam ao vento, seu velho imbecil...
Veja os frutos da sua colheita... Eles vão alimentar outras vidas, que continuarão depois que os vermes já tiverem comido toda a sua carne...
Meu filho... Meu neto... O que eles colherão do que eu plantei?...
Que seja só o bem, meu Deus, só o bem...
E o vento soprava forte, enquanto o sol se punha no horizonte, numa confusão de azuis, roxos, alaranjados e rosas; e o feno dourado continuava seu vôo, chegando até onde o pequeno Amadeu brincava, embaixo da árvore. Ele construía uma cabana para as suas pedrinhas, que representavam ele, a mãe, o pai e o avô. E ao perceber o feno que se juntava ao pé da árvore, quando o vento já se acalmava, ele teve a ideia de usá-lo como parede e teto para a sua construção, onde, ele acreditava, sua família viveria feliz e em paz por muitos e muitos anos...
Para terminar, um belo poema de Fernando Pessoa, escrito em 1913:
Abdicação
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa — eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"DICAS DO CHEF" BACALHAU GRATINADO ERNANI MAFER








Bacalhau gratinado
Rendimento: 10 porções
Custo Médio por porções: R$ 4,67
Custo Médio da Receita: R$ 46,66
*O custo médio é variável por região.
Ingredientes

Quant. Unid. Ingrediente Observação Preço
Unit. Preço
Total
0,250 l Azeite de oliva 26,800 6,700
5,000 un Ovo de galinha 0,160 0,800
0,100 kg Azeitona verde sem caroço 10,200 1,020
0,320 kg Cebola descascada 1,700 0,544
2,000 kg Batata lisa higienizada e descascada 1,550 3,100
1,000 kg Bacalhau salgado 34,500 34,500



Modo de Preparo
1. Pré-preparo: corte o bacalhau em pedaços e dessalgue. Após o desalgue, retire a pele e cozinhe os pedaços juntamente com as batatas descascadas e partidas ao meio. Após o cozimento, escorra a água ainda fervente e deixe esfriar até uma temperatura manuseável. Desfie o bacalhau em pequenas lascas e corte as batatas em rodelas. Cozinhe os ovos até endurecerem, espere esfriar, descasque e corte em rodelas. Corte as cebolas cruas em rodelas.
2. Em uma terrine arrume os ingredientes da seguinte forma: uma camada de lascas de bacalhau, seguida por uma de batatas e outra de cebolas, ovos e azeitonas. Repita as camadas até o término dos ingredientes. Nesta operação, só devem ser usados 75% da quantidade de batatas. O restante deverá ser transformado em purê. Após a arrumação, regue com azeite de oliva e cubra com o purê. Pincele a cobertura com gema de ovo cru e leve a travessa ao forno até obter um dourado suave.
Dessalgue:
1. Em 48 horas: deixe o bacalhau sob água corrente durante 10 minutos. Depois, coloque-o em bastante água fria na geladeira, por 48 horas, trocando a água a cada 6 horas.
2. Em 24 horas: deixe o bacalhau de molho durante um dia, trocando a água 8 vezes.
Para limpar: basta escaldar (evite ferver), cubra com água quente, deixe esfriar e limpe.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"DESPIDO" FLAVIO MARCUS DA SILVA

                                            
                                                               
                                                                 5 - Despido



Ele chegou em casa por volta de oito da noite. Tirou a roupa e, de frente para o espelho,apalpou a indesejada barriguinha, que crescia a uma velocidade espantosa desde que completara trinta anos (embora já tivesse experimentado várias dietas: da sopa, da proteína, do carboidrato, dos pontos, do tipo sanguíneo, etc.). Aproximou o rosto do espelho e observou as rugas que se formavam na testa e ao redor dos olhos, os pêlos que saíam das duas narinas cheias de muco, a barba de cinco dias falhada nos pontos onde as cicatrizes de espinha eram mais profundas, o cabelo oleoso e despenteado, o olhar vazio, sem vida.
Era seu aniversário de trinta e três anos. Estava sozinho em casa, sem qualquer esperança de receber uma visita ou um telefonema. Não tinha amigos e há muitos anos não dava notícias à família, que vivia no interior. Ocupava um cargo importante no Estado, mas odiava o seu trabalho. Todos os dias era a mesma rotina de processos, procurações, requerimentos e ofícios; o mesmo formalismo no vestir, andar e falar; a mesma sensação de vazio, que nem o prestígio e o alto salário conseguiam preencher. Seus únicos prazeres eram o passeio pelo centro da cidade após o expediente (quando visitava livrarias e jantava em restaurantes requintados) e a TV a cabo, que assistia todas as noites em casa, deitado no sofá da sala, completamente nu.
Naquela noite ele trouxe para casa um bolo de aniversário – com recheio de nozes e cobertura de chocolate –, que ele havia encomendado em uma confeitaria perto do prédio onde trabalhava. Depois de se despir, levou o bolo e uma latinha de coca-cola para a sala, onde ligou a televisão e se acomodou no sofá, preparando-se para assistir a um episódio da última temporada do seu seriado americano favorito. Com a mão esquerda (sem usar faca ou qualquer outro talher), serviu-se de um pedaço do bolo, lambuzando a boca e o queixo enquanto comia. Do seu nariz escorria um muco ralo e persistente, que ele espalhava pelo rosto com as mãos e depois limpava no peito, na barriga ou nas almofadas do sofá.
Às duas da madrugada ele desligou a TV, debruçou-se numa das janelas que davam para a rua, na frente da casa, e acendeu um cigarro. Deve ter ficado ali uns dez minutos fumando e observando a rua deserta, até que um velho casal de aposentados que morava na vizinhança apareceu na calçada, do outro lado, e começou a fuçar o lixo do vizinho. (Era um casal esquisito: muito ricos, mas viviam como mendigos, comendo restos de comida jogados no lixo por donos de restaurantes e vestindo roupas velhas distribuídas por associações de caridade. De suas incursões noturnas, traziam para casa tudo que achavam ser de utilidade, espalhando pelos quartos, salas e banheiros uma infinidade de objetos que nunca seriam usados).
Ele conhecia a história daquele casal (sabia das suas maluquices e do desprezo que tinham pela sociedade), mas mesmo assim resolveu tentar uma abordagem. Chamou-os, tentando não gritar (para não acordar os vizinhos): “Olá! Psiu!”. A mulher observava atentamente uma cabeça de boneca, segurando-a com as duas mãos, bem perto dos olhos, quando recebeu um cutucão do marido. Da janela, o rapaz fazia sinais, pedindo para que o casal se aproximasse. Quando os dois atravessaram a rua e pararam em frente ao portão da casa, ele disse: “Eu tenho aqui um bolo... Vocês querem um pedaço?”. O velho fez que sim com a cabeça.
O que havia sobrado do bolo foi entregue ao casal, que pareceu nem notar a nudez do rapaz quando ele se aproximou do portão. A velha colocou o bolo junto com a cabeça de boneca em uma sacola de papel e saiu na frente, sem dizer nada. O velho ficou parado, olhando a casa e as plantas do jardim por alguns segundos, depois baixou a cabeça e seguiu a mulher.
Ao ver que os dois haviam virado a esquina, o rapaz entrou. Foi à cozinha, fez um café bem forte, acendeu um cigarro e esperou o dia raiar.
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"A INVEJA" FERNANDO MARTINS FERREIRA

                                                                A Inveja

“A inveja não é quereres o que o outro tem (isso é Cobiça), mas querer que ele não tenha. É essa a grande tragédia do invejoso”.
                                               Zuenir Ventura



Podemos definir a inveja como um misto de raiva, ódio e desgosto provocado pela prosperidade ou alegria de outro. Ela é a antítese da caridade e simboliza o descontentamento em relação aos bens alheios.
O alvo dos invejosos são as pessoas de vontade fraca, indecisos, medrosos, superticiosos, que não se julgam merecedores da felicidade de estar aqui na terra. O fortalecimento interior é a melhor arma contra os invejosos. A inveja é uma das emoções mais primitiva e negada por todos. Invejoso eu? Jamais!...
A inveja não é só a tristeza pelo bem alheio mas a alegria do mal do outro. É um sentimento pequeno de inferioridade, às vezes, inconscientemente. Ao nos sentirmos menores do que o outro, nos aumentamos, nos vangloriamos, nos enaltecemos para evitar o mal estar do desequilíbrio. Quando criticamos, diminuímos, ofendemos e temos a necessidade de falar mal de alguma pessoa, com certeza estamos nos sentindo inferiores à ela.
Na fábula de La Fontaine, (adaptada), uma rã viu um touro que tinha boa estatura. Ela, que era pequena e invejosa, começou a inflar-se para igualar-se ao touro em tamanho. Depois de algum tempo perguntou à irmãzinha:
- Olhe-me, é o bastante? Estou do tamanho do touro?
- De jeito nenhum.
- E agora?
- De modo algum. Você nem se aproxima dele.
O animal invejoso continuou inflando até estourar e morrer.
A inveja definitivamente não nos leva a lugar algum.
Mas o que dizer do “olho gordo” tão afamado? Pois o “olho gordo” é outro nome da inveja. Popularmente o olho gordo é um olho que atrapalha, faz mal, danifica.
O “olho gordo” ou o mau olhado nada mais é do que a “canalização” através dos olhos de uma energia interna gerada pelo desejo intenso de possuir o que é dos outros.
Os possuidores do “olho gordo” são pessoas em permanente estado de descontentamento e que tem complexo de inferioridade mesmo que disfarçado, camuflado, uma vez que não se julgam capazes de conseguir por si mesmos o objeto da cobiça, com certeza são vampiros de energia.
Esse tipo de sentimento existe, está aí, não adianta negarmos. A inveja é capaz de contaminar, sabotar o ambiente. É aquela história da grama do vizinho ser sempre mais verde do que a nossa.
O povo brasileiro, mais do que nenhum povo do mundo, acredita em mau olhado ou olho gordo. Se não fosse assim, como se explicaria o número de figas, patuás, escapulários, bentinhos e fitas, ou o banho de mar e as oferendas no final do ano? Nossas praias ficam lotadas de gente. Isso é fruto de nossas raízes africanas. Quantas vezes ouvimos dizer ou até mesmo dizemos: “Aquela pessoa não tem o olhar bom tem o olhar de seca pimenteira”. Já vimos até um quadro humorístico na TV, com grande sucesso, cujo personagem era o Z(s)eca Pimenteira. Tudo que ele admirava, desejava, morria, explodia, e secava para o desgosto do dono do objeto desejado.
O psicanalista Alberto Godim faz três divisões da inveja:

1 – Inveja Sublimada:

A pessoa admite seus limites, aproveita o talento dos outros. Ela entende o mérito alheio e aceita que existam diferenças segundo os momentos da vida.

2 – Inveja Neurótica:

A pessoa vive dominada por sentimentos invejosos, mas não é necessariamente uma má pessoa. É a principal vítima de sua inveja. É amargo, mal humorado e deprimido.

3 – Inveja Perversa:

É o invejoso destrutivo. Vive para bloquear todas as expressões da criatividade, de beleza, ou de talento que aparecem em sua frente. Acaba bloqueando o seu próprio caminho pelos inimigos que reúne durante a vida. Em geral, esta pessoa é fruto do desamor. Geralmente são pessoas que não amam e não têm capacidade de amar.

Os invejosos mais comuns são:

  • O Fofoqueiro: Fala mal daquele por quem sente inveja.
  • O Bajulador: “Puxa o saco” de quem sente inveja.
  • O Falso Amigo: Sente inveja, mas finge que é amigo.
  • O Cego: Nunca acha que é invejoso.
  • A Vítima: Sente inveja, mas fica se desvalorizando. Acha que o mundo está contra ele. O mundo sempre lhe deve algo. É o famoso “coitadinho”.

Já para o escritor e espiritualista André Montovanni: “O mau olhado é um olhar ardiloso e sombrio de alguém sobre uma pessoa ou situação. E a inveja não é tão fatal como as pessoas imaginam, pois só entram no jogo os que estiverem na mesma sintonia dessa inveja”.
Continua Montovanni: “O ser humano tem sentimentos diversos e alguma vez na vida os indivíduos sentirão inveja de algo ou de alguém”.
“O que podemos fazer é transformar a inveja em combustível positivo para realizar nossos ideais, ou seja, em vez de desejar o mal dos outros ou se fazer de coitado, isso pode ser um estímulo para ir à luta, ao sol. O que ajuda muito é sempre aplaudirmos o sucesso das pessoas que nos cercam, utilizar esses exemplos de realização para correr atrás de nossa felicidade”, afirma Montovanni.
Segundo ainda ele, sabemos quando alguém está tentando nos sabotar. Nosso coração diz, pois sentimos uma leve desconfiança aparentemente sem motivo. Se isso ocorrer, preste atenção, ali pode ter algo.
Você caro leitor, pode não acreditar, mas por via das dúvidas, não é bom facilitar e abaixo segue uma lista de plantas usadas contra a inveja, olho gordo, mau olhado, etc.

  • Arruda: Defende o ambiente.
  • Alecrim: Protege das energias negativas e traz alegrias e sorte.
  • Espada de São Jorge: Corta os efeitos do olho gordo.
  • Pimenteira: Segura as coisas ruins e raiva.
  • Guiné: Segura e transforma a negatividade.
  • Comigo ninguém pode: Protege o material.
  • Manjericão: Protege os moradores.

Eu não sei quanto a você, mas com relação a mim:
“Yo no crejo em las brujas, pero que las hay, las hay”.
(Eu não creio em bruxas, mas elas existem, elas existem).

do livro: OS SETE PECADOS CAPITAIS-
Fernando Martins Ferreira

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O MISTERIO DA CAIXA PRETA -PARTE II FLAVIO MARCUS DA SILVA






                                                         
                         
                                      4 - O mistério da caixa-preta – Parte II


[O piloto fala]:
Vou registrar tudo...
Vejo à minha frente, pelo vidro da cabine (onde deveria estar simplesmente a noite escura que nos cerca), um rapaz de olhar cansado, mas ao mesmo tempo iluminado, cheio de vida.
Sou eu – tenho certeza que esse rapaz sou eu –, mas ele não tem o meu rosto, o meu cabelo, o meu corpo; talvez o brilho do seu olhar se pareça um pouco com o meu...– não sei se o brilho, mas certamente alguma coisa no olhar (ou por trás do olhar...). Veste-se como um mendigo e está caminhando pelas ruas de uma cidade suja e fedorenta: eu sinto o cheiro da cidade: um cheiro de podridão, de fezes e vômito; vejo a sujeira acumulada na rua sendo pisada por pessoas e cavalos, que correm de um lado para outro, sem parar. Olho para um prédio em construção que, com certeza, não é da nossa época, nem desse país...
‘Eu’ olho? Sou eu?
O que eu faço ali, meu Deus?
Um homem me persegue, eu o vejo se aproximar, caminhando lentamente pela rua imunda: um homem que fará de tudo para me destruir. Eu corro, desesperado, mas ele está no meu encalço. Veste-se com os paramentos, adornos e insígnias de um oficial bem colocado na hierarquia administrativa da época (mas que época? Onde?). Entro na multidão de gente suja, que fala uma língua que eu não conheço (Polonês? Alemão?), e, de repente, ele está bem na minha frente, olhando para mim: esse olhar... O olhar do lobo que encontra a sua presa... Vejo-o aqui, refletido no vidro desta cabine, neste avião: esse olhar que me chega do passado, abrindo com seu ódio as névoas do tempo...
Não o vejo mais.
Estou agora deitado na grama de um jardim, próximo a um riacho. Sou um velho e não
consigo falar. Da minha boca escorre uma baba branca, que uma mão feminina limpa com um lenço bordado, de fino tecido. Não vejo o rosto da moça, mas sinto a sua presença reconfortante, o seu toque delicado, e ouço a sua voz dizendo: “Obrigada por tudo...
Obrigada”. Sou um idoso que se aproxima da morte; mas não sou aquele rapaz cinqüenta anos mais velho. Sou outra pessoa, em outro lugar, em outra época – uma época anterior à que viveu o rapaz. Percebo isso pela minha roupa, pela minha peruca e pelo som de uma música que me chega de algum lugar atrás de mim (uma música composta naqueles dias, sendo tocada ali pela primeira vez; não sei como explicar essa minha certeza). Sou um velho que viveu uma juventude completamente diferente da que teve aquele jovem (que também sou eu), embora com a mesma carga de sofrimento e dor, talvez ainda mais pesada (eu sinto isso).
Sou agora uma mulher que, afobada, puxa a sua filha pelas ruas de uma cidade que não me é estranha. Ouço falarem a minha língua, sinto cheiros familiares: amendoim torrado, pipoca, canela, pequi. Entro numa casa pobre e subo as escadas até um quarto onde um grupo de pessoas se reúne em torno de um moribundo. Meu pai. Não o reconheço em meio aos lençóis imundos, respingados de sangue, mas esse homem é meu pai, o pai daquela mulher que sou eu. Uma senhora gorda de meia idade me abraça, aos prantos, enquanto minha filha se dirige à cama, chorando, e cai sobre o corpo quase sem vida do avô. Meu pai, meu pai... Esse homem não é meu pai (não o pai deste piloto que vos fala). Meu pai morreu jovem, eu me lembro dele, do seu rosto, do seu sorriso... A menina, minha filha (mas eu não tenho filha!), abraçada ao avô, levanta-se e olha para as pessoas ao seu redor: eu vejo as suas mãos trêmulas, sinto a sua dor e, lá no fundo, bem no fundo da sua alma, sinto uma presença maligna, um resto de maldade... Ela precisa de mim, que sou sua mãe; da mesma forma que aquela jovem do passado precisou do velho que, no final da vida, recebeu de suas mãos agradecidas os últimos gestos de reconforto, as últimas carícias...
A senhora gorda me olha e me beija a face. Segura firme as minhas mãos. Não a conheço, mas sinto que ela está aqui também, neste avião... Suas mãos são fortes, seu amor é imenso: eu posso contar com ela, e minha filha também... De repente sinto um calafrio e lá está ele: o lobo. Ele está próximo à cama, sério, com o semblante triste; mas de toda a desgraça que caiu sobre a minha família, eu posso dizer: foi ele o causador; e sinto (naquele momento) que ainda vou sofrer muito em suas mãos. Não é mais aquele oficial da magistratura ou do exército daquela cidade imunda; é um jovem de no máximo vinte anos, mas que traz na alma uma maldade de séculos (e eu vejo isso em seu olhar: o mesmo olhar que me encarou com ódio naquela cidade perdida no tempo e no espaço, em meio à multidão). Ele está aqui por algum motivo: aqui, neste quadro de tristeza, de dor e luto: neste quarto sombrio e triste que é o do meu pai moribundo; mas também aqui, neste avião: ele está aqui, entre nós, talvez tendo as mesmas visões fantasmagóricas e inexplicáveis...
E a minha filha? Eu olho para ela, vestida como uma criança pobre da década de 10 ou
(não sei bem), sem reconhecê-la, mas sabendo que é minha filha. Aproximo-me dela, trago-a para junto de mim, e a encaro nos olhos; e vendo agora a cena (enquanto avançamos rumo ao desconhecido, sem nenhum contato com o mundo exterior, sem nenhuma chance de socorro), sinto a presença dela, dessa mesma menina, ao meu lado, deitada na grama junto ao riacho... O que eu fiz por essa criança?
E de repente me vejo de novo naquela cidade suja (agora longe do meu perseguidor),
entrando em um barraco de madeira cercado de lama, com ratos correndo para todos os
lados. Ali dentro está minha mãe doente e faminta. Dou-lhe um pedaço de pão e leio para ela algumas passagens da Bíblia, o que lhe alivia um pouco o sofrimento e o cansaço causados pela tuberculose. Seu corpo treme a cada palavra minha...
Mas não é que elas estão ali também? A minha filha com seu pranto no quarto do avô
moribundo e a jovem ao lado do velho na grama ouvindo música... A mãe daquele jovem mendigo que sou eu é a filha daquela mãe desesperada que sou eu e, talvez, uma amiga, sobrinha ou mesmo filha daquele velho inválido que sou eu também! São a mesma pessoa...
Não... O mesmo espírito!
[Longo silêncio]
Outras cenas... Outros homens, outras pessoas (jovens e velhos, mulheres e crianças) que são eu. Vi tudo... Outros amigos, em vários lugares, em várias épocas, que se repetem, para me fortalecer, para me ajudar: a senhora gorda aparece três vezes (e ela está aqui conosco nesta viagem – eu sei que está –, não como uma velha gorda, mas como um senhor calvo, de óculos grossos – eu o vi na entrada e sei que é ela, eu sei...); o lobo faminto (cheio de ódio e maldade) aparece em todas as cenas para me destruir, mas acaba me fortalecendo cada vez mais (no riacho ele é um pescador que olha para trás, erguendo um peixe, e me encara, sentindo prazer por me ver decrépito e inútil): e ele também está aqui, neste avião, eu sei: já não carrega mais todo aquele ódio de séculos: já sofreu o bastante para se corrigir, para se purificar: seus filhos e netos já sofreram muito por ele...
Todos estão aqui, com outros rostos (eu me lembro deles na entrada: são eles...).
Olhe para mim, Joel [Joel García é o co-piloto], deixe-me ver seus olhos... É você... Não há dúvida. No seu último suspiro, o pai daquela mulher que sou eu abriu os olhos, e você está lá, Joel... Vejo seu olhar naquele olhar, um brilho apagado e triste, mas é você... E agora te vejo também em outros rostos... Em outras épocas e lugares...
Você entendeu? Nossa missão acabou... Sinta a recompensa, Joel... Você está sentindo?
Ele está lá atrás, junto com os outros. Nós conseguimos...
[Silêncio]
Eu vi, Joel, eu vi o que ele fez. Foi terrível! Nós o ajudamos, meu amigo... Ele foi salvo e segue agora conosco para uma outra missão, livre dos sofrimentos que o atormentaram e torturaram por séculos. Ele não vai cedo demais (não existe cedo demais). Ele é jovem (o seu corpo é jovem), mas seu espírito está pronto para uma outra vida...
Eu o batizei, Joel. Seu pai é meu amigo, um militar digno e honesto, mas triste, muito triste. Eu o batizei nesta vida e o acompanhei até aqui, trazendo junto com ele a sua mãe, uma jovem bondosa e cheia de amor, que nos ajudou várias vezes no passado (neste e em outros.). E como eu sofri, Joel... Como eu cresci e me aperfeiçoei nessa grande jornada!
Como nos aperfeiçoamos! Desse garoto eu fui pai, mãe, amigo, filho, por várias vezes, e
agora sou seu padrinho em Cristo, nosso Pai, que nos conduz de volta, juntos, à sua casa, pois Ele precisa de nós, neste momento: de nós treze – juntos – para uma nova missão. E tem que ser agora. Por isso estamos aqui...
Sinta a recompensa, Joel... Não é maravilhoso? Você sente também... Todos lá atrás estão sentindo a mesma alegria, a mesma sensação de dever cumprido, o mesmo regozijo, o mesmo encantamento...
Mas por que temos consciência disso? Por que essa verdade nos foi revelada? Será que
vamos nos esquecer de tudo quando o avião cair?
[Silêncio]
Esta música... Você está ouvindo, Joel? É a mesma música que eu ouvi deitado na grama, no jardim, às margens daquele riacho, enquanto recebia os cuidados daquele espirito perturbado que nos fez chegar aonde chegamos (a este avião, a esta paz, a esta alegria), e que agora está ali atrás, entre os passageiros, salvo, ao lado da mãe...
Esta música, Joel...
Só pode ser obra divina...
Só pode vir dos Céus...
[O piloto assobia uma música por alguns minutos].
[Fim da gravação].
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terça-feira, 9 de agosto de 2011

DICAS DO CHEF ERNANI HARMONIZAÇÃO DE VINHOS E ALIMENTOS


 HARMONIZAÇÃO DE VINHOS E ALIMENTOS
1.      Molhos e Cremes Acompanhados de Aperitivos
2.       Aperitivos
3.       Queijos Suaves
4.      Queijos Fortes
5.      Sanduíches
6.       Comida Asiática
7.       Carnes e Churrasco
8.      Porco e Vitela
9.       Ovelha
10.   Massas Com Molhos Suaves
11.   Massas Com Molhos Encorpados
12.   Aves
13.   Salmão e Atum
14.   Frutos do Mar
15.   Mariscos
16.   Frutas e Sobremesas


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VINHOS BRANCOS
















Pouilly Fumé
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Chablis
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Sauvignon Blanc
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Riesling
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Chenin Blanc
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Gewürztraminer
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Pinos Gris/Grigio


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Pouilly-Fuissé


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Chadornnay


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VINHO ROSÉ
















White Zinfandel
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vinhos tintos
















Beaujolais
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Chianti

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Pinot Noir


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Merlot


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Zinfandel



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Cabernet Sauvignon



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ESPUMANTES
















Blanc de Blancs
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Extra Dry
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Brut
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Rosé
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Sec















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Doux















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