Fernando Martins
sábado, 13 de outubro de 2012
Os Sete Pecados na TV e na Música Brasileira-Do livro-OS SETE PECADOS CAPITAIS-FERNANDO MARTINS FERREIRA
Os Sete Pecados na TV e na Música Brasileira
Em 2007, a Rede Globo de Televisão, apresentou a novela “Sete Pecados” de Walcyr Carrasco, com direção de Jorge Fernando, Pedro Vasconcelos, Fred Mayrink e Marcelo Travesso.
A novela foi um sucesso e tratou com humor e irreverência o tema proposto.
As músicas contribuíram enormemente para o sucesso da novela. Veja algumas letras que fizeram parte da discografia da novela, cada uma fala claramente de um pecado capital.
Luciana Mello cantou o pecado da soberba na música “Vaidade”.
Vaidade
Quando eu entro na história
O roteiro é só prá mim
Não aguento, essa escória
Que não quer me ver assim...
Poderosa, Preciosa
Generosa até demais
Minha imagem, dá o brilho
No cenário dos mortais...
Quando eu chego nos lugares
Viro o centro da atenção
Umas morrem de inveja
Outros morrem de paixão...
Poderosa, Luxuosa
Caridosa até demais
Com esse mundo, tão cafona
Limitado dos mortais...
Meu nome é Vaidade
Não nasci prá Amélia
Eu não quero saber quanto é
Vaidade é, prá quem pode
Vai dizer que você não quer?...(2x)
Não nasci prá Amélia, não!
Meu nome é Vaidade!
Quando eu entro na história
O roteiro é só prá mim
Não aguento, essa escória
Que não quer me ver assim...
Poderosa, Preciosa
Generosa até demais
Minha imagem, dá o brilho
No cenário dos mortais...
Meu nome é Vaidade
Não nasci prá Amélia
Eu não quero saber quanto é
Vaidade é, prá quem pode
Vai dizer que você não quer?...(2x)
Eu duvido que você não queira!
Meu nome é Vaidade!
Quando eu entro na história
O roteiro é só prá mim...
Débora Blando fala da Inveja em “Contrato Assinado”.
Contrato Assinado
Você esqueceu um detalhe
Não finja que não percebeu
O acaso falou o seu nome
Pensando no meu...
Não olhe prá mim
Com essa cara
Você ainda não entendeu
Eu nasci com o direito
A ser dona de tudo que é seu...
Eu tenho em minhas mãos
Esse contrato assinado
Com sangue derramado em papel
A chave é a escritura
De um palácio no inferno
Por um quarto e sala no céu...
Você quer vender, sua alma
Você quer vender, quanto é?
Você é dos meus, da minha laia
Então faça seu preço
E depois pague prá ver qual é...
Você já conhece essa lenda
Não finja que você não leu
Você anda cruzando demais
Seu caminho no meu
Não vejo motivo prá espanto
Há tempos que a lei é assim
Você só vai ganhar esse jogo
Se perder prá mim...
Eu tenho em minhas mãos
Esse contrato assinado
Com sangue derramado em papel
A chave é a escritura
De um palácio no inferno
Por um quarto e sala no céu...
Você quer vender, sua alma
Você quer vender, quanto quer?
Você é dos meus, da minha laia
Então faça seu preço
E depois pague prá ver qual é
Qual é?
Cláudio Zoli fala da Ira na música “Ira”.
Ira
A Ira!
A Lira da Ira!...(2x)
Quando a vida
Lhe contrariar
Você entra em crise
Não reage bem
Odeia o mundo
Tomado pela Ira
Você pira
E se transforma
Em alguém...
Alguém impossível
Alguém sem juízo
Alguém não ama ninguém
Perdido no escuro
Sem fé sem futuro
Você finge
E engana bem...
São 7 cores no arco-íris
São 7 notas musicais
São 7 buracos na cabeça
São 7 pecados capitais...(2x)
A Lira da Ira!...
Sei que a Ira
Pode ser santa
Eu sei que a Ira
Pode salvar
Quem canta a Ira
Os males espanta
Mas do que nunca
Eu preciso cantar...
Pecado é mesmo secreto
Segredo é sempre sagrado
A Ira nasce do medo
Qual será o pior
Dos 7 pecados?...
São 7 cores no arco-íris
São 7 notas musicais
São 7 buracos na cabeça
São 7 pecados capitais...(2x)
Alguém impossível
Alguém sem juízo
Alguém não ama ninguém
Perdido no escuro
Sem fé, sem futuro
Você finge e engana bem...
São 7 cores no arco-íris
São 7 notas musicais
São 7 buracos na cabeça
São 7 pecados capitais...(3x)
A Lira da Ira!(8x)
O grande cantor e compositor Zeca Pagodinho cantou a Preguiça em “Exaustino”.
Exaustino
Exaustino não quer se estressar
Leva a vida na boa, devagar
Exaustino quer ver fogo no mar
Quer comer peixe frito sem fritar
E nem ter nem trabalho de pescar
Exaustino quer deitar e rolar...
Marcha lenta, ele não tá nem aí
Exaustino não come abacaxi
Nem siri, porque pode se cansar
Come, dorme, café, almoça e janta
Não tá nem aí se o galo canta
Tá engordando sem parar...
Exaustino é o rei dentro de casa
Não move uma palha meu Deus
Ele quer tudo na mão
Tomar banho prá ele
É uma batalha
Vê se toma jeito essa preguiça
Enfraquece o coração...
Mas o doutor já avisou
Que o cigarro
Também tem que parar
Não é fácil mas tem
Que se esforçar
E acordar de manhã prá caminhar
Sua gula vai ter que segurar
E no regime alimentar
Perder peso e a pressão
Ir pro lugar...
Mas o doutor já avisou
Que a saúde não pode descuidar
Exaustino vai ter que se ligar
É castigo demais prá ele pagar
Dessa vez vai ter que se acostumar
Se não o bicho vai pegar
Vai ter um pire-paque
Se ferrar...
A Avareza foi cantada por Rodrigo Santos na música “Pão Duro”.
Pão Duro
Chegou o Pão-Duro
Sempre tira uma casquinha
Tem medo de perder tudo
E economiza gota de latinha...
Ele agora divide seu tempo
Que não consegue gastar
Entre o que já possui
E o que ainda vai conquistar...
Ele vem de berço humilde
E hoje continua pobre
De espírito e de alma
De que adianta ser rico?
A vida para ele
Não é o bem, contra o mal
Ele prefere ter mais coisas
A ser um sujeito legal...
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu pudesse abrir
Esse coração!
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu tivesse um machado
Abriria o seu coração...
Chegou o Pão-Duro
Sempre tira uma casquinha
Tem medo de perder tudo
E economiza gota de latinha...
O dinheiro no cofre
É prá onde vai seu carinho
Um dia é hipócrita
No outro dia é mesquinho...
Ele vem de berço humilde
E hoje continua pobre
De espírito e de alma
De que adianta ser rico?
A vida para ele
Não é o bem, contra o mal
Ele prefere ter mais coisas
A ser um sujeito legal...
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu pudesse abrir
Esse coração!
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu tivesse um machado
Abriria o seu coração...
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu pudesse abrir
Esse coração!
Pão-Duro!
Abre esse coração
Pão-Duro!
Se eu pudesse arregava
O seu coração...
Pão-Duro!
(Abre a carteira)
Pão-Duro!
(Volta prá família)
Pão-Duro!
(Pr'os seus filhos, os amigos)
Pão-Duro!
Abriria o seu coração
Mesquinho! Falido! Pequeno!
Merreca! Merreca! Pão-Duro!
Eduardo Dusek cantou a Gula na música “Gula”.
Gula
Comer!
Porque viver é se empapuçar.
Engole tudo que der pra traçar.
Se a farinha "tá" pouco o pirão vai pirar.
Fritar!
O mundo é um kibe feito no dendê,
e põe pimenta que você vai ver
vai arder no começo mas dá prazer.
Porque se não
a vida é pizza sem "tumate", mussarela.
Eu quero é molho, porque a coisa fica boa quando mela.
Não existe colesterol, isso é papo de "besteirol",
Eles não querem engordar.
Eu vou me empanturrar.
Que o planeta "tá" afim de ramgar
e mamar!!!
Comer!
Porque viver é se empapuçar.
Engole tudo que der pra traçar.
Se a farinha "tá" pouco o pirão vai pirar.
Porque se não
a vida é pizza sem "tumate", mussarela.
Eu quero é molho, porque a coisa fica boa quando mela.
Não existe colesterol, isso é papo de "besteirol",
Eles não querem engordar.
Eu vou me empanturrar.
Que o planeta "tá" afim de rangar
e mamar!!!
É, eu vou sugar,
Me empaturrar
E sei, que vou engordar
É mas, mamãe eu quero mamar
É, quero mamar
Mamãe eu quero
Oh! Yes
Mamãe eu quero
Oh! Yes
Isabela Taviani fala-nos sobre a Luxúria na música do mesmo nome. Ei-la.
Luxúria
Dobro os joelhos
Quando você, me pega
Me amassa, me quebra
Me usa demais...
Perco as rédeas
Quando você
Demora, devora, implora
E sempre por mais...
Eu sou navalha
Cortando na carne
Eu sou a boca
Que a língua invade
Sou o desejo
Maldito e bendito
Profano e covarde...
Desfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto
Me dobro, nem lhe cobro
Rapaz!
Ordene, não peça
Muito me interessa
A sua potência
Seu calibre, seu gás...
Sou o encaixe
O lacre violado
E tantas pernas
Por todos os lados
Eu sou o preço
Cobrado e bem pago
Eu sou
Um pecado capital...
Eu quero é derrapar
Nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber, o que dele
Escorre pela pele
E nunca mais esfriar
Minha febre...
Eu quero é derrapar
Nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Eu quero é beber, o que dele
Escorre pela pele
E nunca mais esfriar
Minha febre...
Desfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto
Me dobro, nem lhe cobro
Rapaz!
Ordene, não peça
Muito me interessa
A sua potência
Seu calibre, seu gás...
Sou um encaixe
O lacre violado
E tantas pernas
Por todos os lados
Eu sou o preço
Cobrado e bem pago
Eu sou
Um pecado capital...
Eu quero é derrapar
Nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber, o que dele
Escorre pela pele
E nunca mais esfriar
Minha febre...
Eu quero é derrapar
Nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Eu quero é beber, o que dele
Escorre pela pele
E nunca mais esfriar
Nunca mais esfriar
Nunca mais esfriar
Minha febre...
E assim, com mais ou menos irreverência, todos os pecados foram abordados trazendo o assunto para a sociedade discutir.
DESESPERO INJUSTIFICAVEL= DIVALDO FRANCO
Desespero Injustificável
Postado por Carlos Ernesto Prokisch em 29 fevereiro 2012 às 0:19
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Pensas: “Aceitei, confiante, a fé e a luta me parece mais rude. A fadiga me segue e o desespero me cerceia. Tenho a impressão de que forças tiranizantes me amesquinham, comprazendo-se com os meus tormentos.” Analisas: “Abracei o Cristianismo Redivivo no Espiritismo, guardando a esperança de esclarecido, repousar, e edificado pelo esclarecimento, viver em paz. No entanto, com a dilatação do conhecimento, parece-me que problemas com os quais eu não contava repontam multiplicados e dissabores me assinalam as horas.” Comentas: “Que ocorre comigo? Não desejava melhoras econômicas ao aceitar a Doutrina renovadora, todavia, surpreendo-me com tantos insucessos… Não aguardava um paraíso entre os companheiros, mas, por que a animosidade?” Concluis: “Desisto — eis a solução. Talvez, quem sabe? — imaginas — eu esteja deixando consumir-me pelo excesso do ideal… Vejo outros companheiros com ares felizes, bem postos, joviais… Algo, comigo, está errado” Sim, algo está errado: a conclusão a que chegaste. Todo compromisso elevado exige esforço no empreendimento, luta na execução, força no ideal. Quem pretende fruir antes de produzir conserva infantilidade mental. O homem velho para despojar-se do manto característico não consegue fazê-lo sem uma grande revolução íntima. O passado de cada espírito em luta, na Terra, é todo um amontoado de escombros a retirar para reconstruir, reaparelhar. Enquanto alguém se demora em charco pestilento acostuma-se ao recender da podridão. O horizonte visual é maior de quanto mais alto o contemplamos. É, pois, compreensível que, desejoso de uma vida melhor sejam concedidas às tuas possibilidades atuais as lutas redentoras para mais altos vôos. Com as percepções espirituais desenvolvidas e sintonizadas com as Esferas da Luz, teus inimigos desencarnados, na retaguarda, redobram a vigilância junto aos teus movimentos e, de paixões açuladas ante a perspectiva de perderem o comensal de antigas loucuras, atiram-se, desordenadamente, “dispostos a tudo”… Ora, porfia, estuda e ama. A oração elevar-te-á além das sombras densas. A porfia retemperará tuas forças. O estudo dilatará a tua faculdade de discernir. E o amor te concederá as láureas da paz, oferecendo-te os tesouros inalienáveis da felicidade sem jaça. Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, o Embaixador das Cortes Celestes, registrou: “Sob a influência das idéias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso…” “Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causa os passageiros sofrimentos terrenos…” “Não é possível, no estado de imperfeição em que te encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele o percebe e, precisamente para chegar a frui-la, é que trata de se melhorar.” Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Dimensões da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
http// grupoesperança
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
OS SETE PECADOS CAPITAIS E SEUS RESPECTIVOS DEMONIOS-FERNANDO MARTINS FERREIRA
Os Pecados e seus respectivos Demônios
Em 1859, Peter Binsfeld, um teólogo alemão, comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios segundo os significados mais usados:
Pecado Demônio
- Soberba - Lúcifer
- Inveja - Leviatã
- Ira - Satã
- Preguiça - Belphegor
- Avareza - Mammon
- Gula - Belzebu
- Luxúria - Asmodeus
*
Se7ven – O Filme
Em 1995, a Playarte Home Vídeo, lançou o filme Se7ven, de David Fincher, com um super elenco encabeçado por Brad Pitt, Morgan Freeman, Kevin Spacey entre outros.
O filme, um excelente suspense policial, acontece em torno da investigação de uma série de crimes em que o assassino escolhe suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais.
O primeiro corpo encontrado é o de um homem extremamente obeso, que foi obrigado a comer até a morte. Atrás da geladeira está escrito com gordura a palavra “Gula”. A seguir um advogado é forçado a se mutilar para sangrar até a morte (Cobiça-Soberba). Um delinquente é amarrado em sua própria cama por um ano (Preguiça) e uma modelo tem o rosto desfigurado (Vaidade). Uma prostituta é brutalmente empalada (Luxúria).
A Inveja e a Ira aparecem no final do filme. A história se desenrola em sete dias e se passa numa chuvosa e sombria Los Angeles. O interessante é que na época, os membros da academia de Hollywood esnobaram a produção, concedendo-lhe uma única indicação para o Oscar: a de melhor montagem. No entanto, o reconhecimento veio do público que lotou as salas de exibições em todo o mundo e rapidamente se tornou um dos favoritos do público em todas as épocas. Arrecadou U$ 350 milhões de dólares, valor dez vezes maior que seu orçamento. Vale a pena conferir, mesmo que o leitor já o tenha visto.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
A LUXÚRIA- DO LIVRO: OS SETE PECADOS CAPITAIS (2010) FERNANDO MARTINS FERREIRA
A Luxúria
A luxúria segundo definição do dicionário é um substantivo feminino derivado do latim Luxuria. Também é libertinagem, sensualidade, lascívia. Segundo a igreja católica é um desejo desordenado pelo prazer sexual.
Os desejos e atos são desordenados quando não se conformam com o propósito divino, que é propiciar o amor mútuo entre os esposos e favorecer a procriação. Fere portanto o sexto mandamento (não pecarás contra a castidade). Através dela, se mata, se vende a dignidade humana, se trai, usa-se drogas, suja a alma e se corrompe a ganância, vaidade e ambição. Mas não está no sexo a sujeira em si, mas o uso que fazemos dele.
Coisas como bigamia, incesto, pedofilia, prostituição, pornografia, zoofilia, fetichismo, bestialismo, sadismo (busca do prazer inflingindo dor ao parceiro) e masoquismo (busca do prazer recebendo punições que envolvem dor) são considerados desvios sexuais. Segundo o site Cristianismo por toda a vida, o pecado da luxúria é dividido em três:
1º - Atos consumados segundo a Natureza
Atos que materialmente não se distinguem do ato matrimonial, mas formalmente, se distinguem porque a intenção não é a busca do prazer venéreo.
Não há uma comunidade de vida; não há amor aos filhos que advenham dessa relação. Só se busca o prazer, acima de tudo; exclui-se a finalidade. Muitas vezes são atos em que se procura evitar a concepção com preservativos e anticonceptivos.
2º - Pecado da fornicação (relação pré-matrimonial)
Na fornicação pode até haver amor, mas não há matrimônio. É a relação pré-matrimônio dos noivos. Excluem-se filhos com pílulas, portanto, é pecado.
3º Pecado do adultério
No adultério, vai-se contra o matrimônio natural, entra outra pessoa naquela comunidade do homem e da mulher e arruína a família, desonra os filhos.
É uma injustiça se for em pensamento, uma intenção (telefone namoro) será contra o 9º mandamento é pecado contra a natureza porque é uma desordem.
Segue informando o site: “O outro pecado de luxúria são os atos consumidos contra a natureza, mais graves que a fornicação e o adultério, atos que não são para gerar e provocam um prazer venéreo, fora do ato sexual”.
Onanismo: Pecado de Onam (Gêneses: 38, 9-10) – Deus condena Onam pela união voluntariamente interrompida. É contra a natureza buscar o prazer sem a relação completa. O onanismo também ocorre quando se usa instrumento contraceptivo ou preservativo. Impedem a relação normal por outros meios que não sejam os métodos naturais, impedindo a união das células femininas e masculinas.
Sodomia: Homossexualismo
Atos externos não consumados
Maus atos podem provocar um prazer venéreo.
Masturbação: ... na linha de tradição, constante, tanto no magistério da igreja como o senso moral dos fieis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado...
Esses pecados são contra a natureza humana, quando uma pessoa se deixa levar, torna-se inadequado para o amor e para a educação dos filhos.
Em relação à pornografia o site nos ensina: “A pornografia consiste em retirar atos sexuais, reais ou simulados da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de forma deliberada... São revistas, filmes, programas e algumas novelas... Maus pensamentos e lembranças também são pecados contra a castidade”.
Asmodeus é considerado um dos príncipes, do inferno, subordinado a Lúcifer, e é o demônio que rege a Luxúria.
Veja agora o que o monge Evágro Pôntico (ou do Ponto), aquele mesmo que como já vimos, listou os oito pecados capitais no século IV, escreveu para os seus irmãos monges, sobre a luxúria. É extremamente interessante.
“A moderação gera a regra enquanto que a gula é a mãe do desenfreio; o óleo alimenta a luz da lamparina e o frequentar mulheres atiça a chama do prazer. A violência da onda se desencadeia contra o mercador mal ancorado, assim como o pensamento da luxúria, se desencadeia sobre a mente do imoderado. A luxúria virá aliada à saciez, lhes concederá licença, se juntará aos adversários e combaterá, finalmente do lado dos inimigos. Permanece invulnerável às flechas inimigas aquele que ama a paz interior e a tranquilidade de recolhimento; ao contrário, aquele que se mistura com a multidão recebe golpes continuamente. O olhar para uma mulher é semelhante a um dardo venenoso: fere a alma, nos injeta veneno e, quanto mais perdura, tanto mais espalha a infecção. Aquele que busca defender-se destas flechas se mantém alheio das multitudinárias reuniões públicas e não divaga com a boca aberta nos dias de festa; é muito melhor ficar em casa, passando o tempo orando, do que fazer a obra do inimigo crendo honrar as festas. Evita a intimidade com as mulheres se realmente desejas ser sábio e não lhes dê liberdade para falar-te, nem confiança. Com efeito, no início tem ou simulam uma certa cautela; porém a seguir, ousam fazer tudo descaradamente. Na primeira aproximação, mantém o olhar baixo, falam docemente, choram comovidas, tratam seriamente, suspiram como amargura, fazem perguntas sobre a castidade e escutam com atenção; na segunda vez, levantam um pouco mais a cabeça; na terceira vez, aproximam-se sem muito pudor; tu sorris e elas se põem a rir desafiadoramente; a seguir, se embelezam e se te mostram com ostentação; seus olhares passam a anunciar ardor, levantam as sobrancelhas e os olhos, desnudam o pescoço e abandonam todo o corpo à fraqueza, pronunciam frases abrandadas pela paixão te dirigem uma voz fascinante ao ouvido até apoderarem-se por completo de tua alma. Ocorre que estas ciladas te encaminham à morte e estas redes entrelaçadas te arrastam à perdição. Portanto, não te deixas enganar sequer por aquelas que se servem de discursos discretos; nestas, com efeito, se oculta o maligno veneno das serpentes”.
Como era sábio esse Monge hein!?
A luxúria na literatura:
Decamerão de Giovanni Bocacio (1348-1353).
A obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval em que se valoriza o amor espiritual e o início do realismo, iniciando o registro de valores terrenos, que veio redundar no humanismo.
A Casa dos Budas Ditosos de João Ubaldo Ribeiro (Editora Objetiva)
O livro é narrado por uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia, falando de sua própria vida, de seus amores, e de como jamais se furtou de viver intensamente – com todos os prazeres e sem respingos de culpa – as infinitas possibilidades do sexo.
Ao falarmos de luxúria na literatura não podemos deixar de citar dois grandes escritores brasileiros, são eles: Jorge Amado e Nelson Rodrigues. Suas obras são sensuais, provocantes e fortes. No primeiro, a sensualidade é morena, faceira, quente, envolvente; no segundo crua, violenta, passional.
Jorge Leal Amado
Nasceu em 10/08/1912, na fazenda Auricídia, município de Ilhéus-BA, mas foi registrado em Itabuna. Faleceu em 06/08/2001.
Foi romancista, contista, poeta, dramaturgo, cronista e crítico literário. Nos deixou 49 obras, todas elas voltadas para temas nacionais de raízes. Suas obras trazem os problemas, as injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, tudo isso misturado na grande sensualidade do povo brasileiro. Essa sensualidade salta aos olhos nas páginas das obras:
- Tenda dos milagres, Capitães de areia, Jubiabá, O compadre de Ogun, Teresa Batista Cansada de guerra, Dona Flor e seus dois maridos, Gabriela cravo e canela, Tieta do agreste. Não por acaso, suas principais obras (três últimas) receberam o nome de mulher. Seus livros foram traduzidos em 55 paises e 49 idiomas.
Frases de Jorge Amado:
“Para mim, o sexo sempre foi uma festa. Aos 82 anos, a festa é muito diferente do que era aos 20, aos 50, mesmo aos 60: é uma festa que é feita da experiência, do refinamento.”
“A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta.”
“Na realidade, o tema da infelicidade tem engendrado montanhas de livros horríveis, umas masturbações insuportáveis.”
“Acho que você não deve fazer nada que não o divirta, lhe dê prazer. Também não deve exercer um ofício, uma profissão para a qual é incompetente.”
Nelson Falcão Rodrigues:
Nasceu na cidade de Recife em 23/08/1912. Foi poeta, escritor e dramaturgo. Retratou com fidelidade o cotidiano da sociedade, as tragédias domésticas, enfim, “a vida como ela é”, porém com muita sensualidade. Escreveu 16 peças para teatro e sua obra completa abrange 04 volumes que foram divididos pelo crítico de arte Sabato Magaldi dessa forma:
Peças Psicológicas:
- A mulher sem pecado
- Vestido de noiva
- Valsa nº 06
- Viúva porém, honesta
- Anti-Nelson Rodrigues
Peças Místicas:
- Anjo Negro
- Álbum de família
- Senhora dos afogados
- Doroteia
Tragédias Cariocas I:
- Boca de ouro
- A falecida
- Os sete gatinhos
- Perdoa-me por me traíres
Tragédias Cariocas II:
- O beijo no asfalto
- Bonitinha, mas ordinária
- Toda nudez será castigada
- A serpente
Escreveu também diversos romances entre eles:
- Meu destino é pecar
- Escravos do amor
- Núpcias de fogo
- A mulher que amou demais
- Asfalto selvagem (ficou mais conhecido como: “Engraçadinha”)
- O casamento
Escreveu também diversos contos. Entre eles:
- Elas gostam de apanhar
- Cem cartas escolhidas
- A vida como ela é
- A dama do lotação e outros contos e crônicas
- O homem fiel
Crônicas:
- A cabra vadia
- O óbvio ululante: primeiras confissões
- A menina sem estrela
- A mulher do próximo
Frases de Nelson Rodrigues:
“Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico.”
“A educação sexual só deveria ser dada por um veterinário”.
“Os padres exigem o fim do celibato. Portanto, odeiam a castidade. Imaginem um movimento de meretrizes a favor da castidade. Pois tal movimento não me espantaria mais do que o motim dos padres contra a própria.”
“As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado”.
“Qualquer indivíduo é mais importante que toda a Via Láctea.”
“Os padres querem casar. Mas quem trai um celibato de 2 mil anos há de trair um casamento em quinze dias.”
O interessante caro leitor, é que ambos os escritores eram apaixonados por suas mulheres. Jorge Amado por sua Zélia Gattai e Nelson Rodrigues por Elza Bretanha. Nelson morreu no dia 21 de dezembro de 1980 no Rio de Janeiro, no fim da tarde. Ele faria treze pontos na loteria esportiva em um “bolão” com o seu irmão Augusto e seus amigos do “O Globo”. Dois meses após morte, Elza cumpriu o pedido de ainda em vida: gravar o seu nome ao lado dele na lápide, sob a inscrição: “Unidos para além da vida e da morte. É só”.
Luxúria na poesia
Escolhi uma para representar as demais que falam do mesmo tema. É um poema da poetiza portuguesa Antônia Ruivo e se chama: Luxúria tu és rainha.
* Luxúria tu és rainha:
Luxúria erva daninha
Do prazer és rainha
A culpa não é tua
É minha…
Encontro-me nua
E… crua
Envolta na lua
Prazeres carnais
E outros que mais
Luxúria,
Estandarte em arrais
Abres as portas
Aos vícios mundanos
Dos pobres humanos
Insanos…
Masturbação dos profanos
Desvios morais
Dos seres normais
E, outros que tais
Luxúria,
Vendavais, em ais
Tantos prazeres consensuais
Nos pecados capitais…
Antónia Ruivo
Provérbio: Há um provérbio de um autor anônimo que trata a luxúria com muita particularidade. É para mim um hino de louvor à mulher e se chama: Não sei se é luxúria... mas...
* Não sei se é luxúria... mas...
Toda a mulher tem suas delícias...
Cada parte de seu corpo tem um aroma inebriante...
Não há fruta que tenha a pele mais macia...
Não há pele que seja mais agradável ao toque do lábios que a da mulher...
A mulher tem cabelos onde um homem poderia se perder eternamente sem nunca mais querer ser encontrado...
O seu corpo tem o calor mais perfeito que conforta a alma...
Seus olhos são jóias inestimáveis...
Sua voz é um doce encanto, que embala os ouvidos mais brutos...
Seus traços suaves e suas mãos delicadas são o desejo dos anjos...
Deus não é homem, certamente Deus é mulher.
Anseio pelo dia que possa me perder no mar de suas carícias.
Ass. um humilde devoto.
Um amigo querido, referendo-se à luxúria disse-me certa vez: “Se eu deixar de comete-la não sei se irei para o céu, pois terei que observar os outros seis pecados capitais. Por via de dúvidas, fico com a luxúria, pois é o único que me leva ao céu, aqui, ainda na terra”. Que heresia.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
A GULA - DO LIVRO:OS SETE PECADOS CAPITAIS (2010) FERNANDO MARTINS FERREIRA
A Gula
“A gula é uma fuga emotiva, um sinal de que alguma coisa nos está a devorar”.
P. de Vries
A gula é o excesso de comer, beber e tem como característica o engolir e não digerir, é também tudo aquilo que comemos depois de já estarmos satisfeitos. Na sua simbologia maior significa voracidade.
O guloso come a toda hora e além do necessário. Para alguns o prazer de comer passa a ser um fim em si mesmo e tem nisso sua satisfação e se frustram quando a refeição não é suculenta e farta.
A gula é às vezes irresistível pois não podemos nos esquecer de que o prazer oral é o primeiro prazer que experimentamos, pois é pela boca que trocamos com a mãe os primeiros contatos, que nos alimentamos para viver, que sentimos as primeiras emoções e que experimentamos sensações diversas. A gula portanto é compensatória, primitiva, e um recurso para abafar nossas frustrações. Nos traz a sensação de conforto, pois nos lembra a amamentação, o aconchego do seio materno. Segundo a escritura norte-americana, Francise Prose em seu livro “Gula”, de “todos os sete pecados capitais, a gula talvez tenha a história mais intrigante e paradoxal”.
“As maneiras como o pecado tem sido encarado evoluíram de acordo com as obsessões mutantes da sociedade e da cultura”. – Realmente, pois na Roma Antiga a gula era considerada normal pois os romanos festeiros como eram, participavam às vezes de mais de uma festa por dia. Caso não se comesse a fartar-se seria considerado uma ofensa para o anfitrião. Existiam nas residências até mesmo a figura do vomitódromo, pois comiam, provocavam o vômito e comiam novamente. Isso era o usual. Diversos filmes de época retratam isso. Já no renascimento comer demasiadamente significava incorrer em uma idolatria que afastava as pessoas de Deus. Após a revolução industrial sucumbir a tentação da gula passou a ser sinal de prosperidade.
O fato é que comer é necessário à sobrevivência então como estabelecer limites entre a alimentação ideal e a gula? Do “Verba Seniorum” (Sabedoria dos Antigos) nos vem uma lição:
- “O abade pastor passeava com o monge de Sceta, quando foram convidados para comer. O dono da casa, honrado pela presença dos padres, mandou servir o que havia de melhor. Entretanto o monge estava no seu período de jejum. Quando a comida chegou, pegou uma ervilha e mastigou-a lentamente e nada mais comeu. Na saída, o abade pastor conversou com ele: - Irmão quando for visitar alguém, não torne a sua santidade uma ofensa. Da próxima vez que estiver em jejum, não aceite convites para jantar”.
A igreja prega o comer sem prazer, evitando-se o culto dos sentidos que pode nos levar ao pecado. Conta-se que São Francisco de Assis colocava cinzas sobre a comida para eliminar qualquer vestígio de sabor. O ato de comer, o pecado foi levado tão a sério que as santas Catarina de Sena, Clara de Assis e Verônica, chegaram a ser advertidas pelos membros do clero por seus jejuns exagerados. Afirmavam esses, que elas podiam incorrer no pecado da soberba pelo “heroísmo” de tamanha penitência.
A Bíblia em Eclesiástico 37: 32-34 nos adverte: “Não sejas ávido em banquete algum e não te lances sobre todos os pratos. Pois em muita comida entra a doença e a intemperança conduz à cólica. Pela gula insaciável muitos perecem quem porém, é sóbrio, prolonga a vida”.
Sábia Bíblia, pois a gula é a porta aberta para a obesidade que nos traz doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares, cérebro-vasculares, diminuição do HDL (colesterol bom), diabetes, infertilidade entre outras.
Devemos dizer não à gula, ao desejo incontrolável por comida equilibrando-nos e nos impondo limites, assegurando o domínio da inteligência sobre os instintos e dominando assim nossas vontades e não sendo dominado por elas. Gula é o resultado final da baixo estima, insegurança, depressão e tristeza.
Agora veja o caso a seguir:
Na França existe uma associação denominada “Associação dos Assuntos da Gula”. Era liderada pelo que foi considerado o maior padeiro de todos os tempos Lionel Poilane (morto recentemente em um desastre de helicóptero). São afiliados dessa associação os grandes chefs da cozinha francesa e internacional, entre eles o famoso Paul Bocuse, escritores e celebridades. Pois bem, a associação, hoje liderada pela filha de Lionel encaminhou ao Papa João Paulo II uma petição para que ele retirasse a gula dos pecados capitais.
Você caro leitor acredita que a igreja o retirará? Eu não.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
A AVAREZA - DO LIVRO: "OS SETE PECADOS CAPITAIS"(2010)-FERNANDO MARTINS FERREIRA
A Avareza
“O avarento é o mais leal depositário dos bens de seus herdeiros”
Marquês de Marica
A avareza simboliza o desejo desordenado pelos bens terrestres. Segundo o conceito cristão, o homem se preocupa em acumular bens que não consegue levar para o céu e que conduz à idolatria, por tratar algo como se fosse de Deus.
E a cobiça dos bens materiais e dinheiro entende-se como a ambição por riquezas. É também o desejo veemente, intenso e violento de possuir algo.
O avaro tem apego excessivo a alguma coisa levado pelo grande medo de faltar, é sinônimo de ganância ou seja, vontade exagerada de posse. Para o avaro, os bens materiais deixam se ser um meio para aquisição de bens e serviços para a satisfação de necessidades, mas um fim em si.
No conceito popular é o muquirana, o pão duro, o sovina, o unha de fome, o mão de vaca, o Nhônhô Correia (personagem de uma novela da TV Globo).
O personagem Tio Patinhas da Disney, personifica o quadro, se lembra dele?
O “avarento” renega aos próprios desejos e necessidades para apenas ter uma possibilidade de gozar de fato, de poder assim possuir um pouco mais de dinheiro em sua conta bancária. Não liga a mínima para valores imateriais como cultura, arte, amor, inteligência, beleza, pois são elementos abstratos e não podem ser transformados em dinheiro.
Não sabem apreciar, mas às vezes usam desses valores para se enriquecer um pouco mais.
Veja o exemplo a seguir: Conta-se que nos alpes italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava à cultura de uvas para a produção de vinho. Uma vez por ano acontecia uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita e se fazer novos negócios. Para lá se dirigiam comerciantes e exportadores de vinho da região. A tradição exigia que nesta festa cada morador do vilarejo trouxesse um garrafão do seu melhor vinho para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central. Assim todos se serviam do vinho, festejavam e faziam grandes negócios. Porém, um dos moradores pensou: “Por que deverei levar um garrafão do meu melhor vinho? Levarei água pois no meio de tanto vinho bom o meu não fará falta. Guardarei o meu e o venderei por um bom preço e assim aumentarei um pouco mais a minha fortuna”. Assim pensou e assim fez o avarento produtor.
Conforme o costume, em determinado momento, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca, para provar aquele vinho, cuja fama se estendia muito além da fronteira do país. Contudo, ao abrir a torneira um absoluto silêncio tomou conta da multidão. Do barril saiu ... água!
A ausência de minha parte não fará falta foi o pensamento de cada um dos produtores.
O escritor Ralph Waldo Emerson, em “A conduta para vida”, diz sabiamente: - “Há homens nascidos para possuir e que sabem vivificar tudo que possuem. Outros não o sabem; a sua riqueza falta graça, parece um compromisso firmado com o seu caráter. Dir-se-ia que roubam os próprios dividendos. Deveriam possuir aqueles que sabem administrar, não os que acumulam e dissimulam, não aqueles que quanto mais possuem, mais mendicantes se mostram, porém aqueles cuja atividade da trabalho a maior número, abre caminho para todos”.
Segundo São Tomás de Aquino, o grande filósofo cristão, a avareza possui sete filhos: a traição, a fraude, a mentira, o perjúrio, a inquietude, a violência e a dureza do coração. Segundo ele a avareza comporta atitudes, uma das quais é o excesso de apego ao que se tem, do qual procede a dureza do coração, o ser desumano que se opõe à misericórdia, porque evidentemente o avaro endurece o seu coração e não se vale de seu bens para socorrer misericordiosamente o próximo. Inquietude: na ânsia de amealhar bens, o homem se torna preocupado, desconfiado e inquieto. Violência: Pois na ânsia de amealhar bens alheios ele pode servir-se da força ou violência.
E se ele engana alguém para lucrar, seria mentira e se essas palavras enganosas forem acompanhadas de juramento será perjúrio. Por amor ao dinheiro muitos praticam a mentira, a fraude. Quantos quilos que só possuem 900 gramas, quantos litros que só tem 980 ml, quantos produtos falsificados (combustível, entre tantos). Quanta trapaça, quanta enganação em nome da avareza.
Todo avarento é pobre, vive sentado sobre o seu dinheiro, não gasta nada, passa até privações, não oferece nada a ninguém e guarda seus bens com a ferocidade de um animal selvagem.
Ele com certeza é um infeliz pois vive eternamente em guarda, com medo de perder o seu rico dinheirinho ou outro bem que possui. Desconfia de tudo e de todos, achando que as pessoas se aproximam dele somente com a finalidade de extorquir-lhe algo. Não existe a avareza somente com bens e dinheiro, existem os avaros de carinho, de solidariedade, o avaro de amor, pois o avaro não conjuga e até mesmo odeia o verbo dar. O pecado da avareza não é uma prerrogativa dos ricos e endinheirados. Existem também os muitos pobres, avarentos de coração, secos, incapazes de um beijo, de um afago, muito menos de uma lágrima, pois esses gestos transmitem amor, e eles não sabem e têm medo de se doar. Pessoas que dão excessivo valor aos bens materiais precisam acreditar que são superiores para compensar um profundo complexo de inferioridade e crença na falta de sentido em que vivem.
Para Carlos Heitor a avareza é: “O excesso de amor aos bens materiais. Nos dias atuais o neoliberalismo é avaro quando prega o lucro acima de tudo. É a avareza em estado exacerbado”.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
"A PREGUIÇA" DO LIVRO "OS SETE PECADOS CAPITAIS" (2010)-FERNANDO MARTINS FERREIRA
A PREGUIÇA
“A preguiça anda tão devagar que a miséria facilmente a alcança”.
Benjamim Franklin
A preguiça é definida como aversão ao trabalho, negligência, indolência, pachorra, moleza, morosidade e lentidão para fazer qualquer tarefa. O preguiçoso sente um aborrecimento natural pelo trabalho do dia-a-dia e tem um apego enorme ao descanso que o leva a imitir suas obrigações ou descuidá-las. O preguiçoso é na verdade uma pessoa que não gera expectativa e sempre desvia de qualquer culpa que possa recair sobre ele. É portanto, sempre liso, escorregadio, é aquela pessoa que deixa sempre suas tarefas, os seus afazeres, para depois. É adepto do desculpismo e justifica sua preguiça com desculpas esfarrapadas do tipo: – “Amanha eu faço” – passam-se os dias e ele é cobrado pelo que não fez e ele arranja mais desculpas. Existem outras: – “Não posso, estou sem tempo” – já reparou que o preguiçoso está sempre sem tempo?
- “Não fiz porque não estou me sentindo bem”: Porque não procura um médico para se tratar?
- “Durmo muito porque estou cansado”: Dorme dorme e nunca está descansado, sempre precisa dormir mais.
- “Não fiz o relatório porque não deu tempo”: Não deu tempo porque empurrou a tarefa, porque é desorganizado e não administra o seu tempo.
- “Nossa! Me esqueci completamente”: Esqueceu-se? Porque não anotou?
- “Amanha farei essa arrumação”: Sempre amanhã, engana a si próprio.
Note que o preguiçoso está sempre fazendo os outros esperar porque não se organiza e não tem respeito com as pessoas. Chega sempre atrasado aos compromissos sofrendo com isso admoestações diversas.
Está sempre perdendo objetos, não sabe nunca onde deixou aquela chave, os óculos, um livro ou a carteira. Desorganizado que é, perde precioso tempo na busca dos objetos. Não é adepto do abriu-fechou, acendeu-apagou, sujou-limpou.
Podemos dizer que a preguiça se subdivide em preguiça espiritual e preguiça corporal. A primeira é a falta de ânimo, de coragem para o cumprimento dos deveres religiosos na oração e o segundo é mesmo o desleixo de nossas obrigações corporais.
Segundo o Budismo, a preguiça é um dos principais obstáculos ao despertar da nossa alma. Ela se manifesta de três maneiras:
a) A preguiça do conforto, que nos faz permanecer sempre no mesmo lugar;
b) A preguiça do coração quando nos sentimos desencorajados e desestimulados;
c) A preguiça da amargura quando nada mais importa e já não somos parte deste mundo.
Seja qual for a religião, a preguiça é algo que deve ser combatido e pode ter modificações psicológicas ou fisiológicas no indivíduo. Portanto, a pessoa acometida de preguiça necessita estudar as circunstancias em que se encontra e traçar objetivos de modo que seja conveniente para si e para os demais.
O que pode causar a preguiça?
- Frio: O corpo necessita de movimento para manter-se aquecido.
- Noite mal dormida: O sono faz com que as pessoas tenham seus movimentos e raciocínios limitados.
- Ambiente calmo: Estimulam a indisposição e dão sono.
- Má alimentação: Não gera energia suficiente para o organismo e dá moleza e indisposição.
- Acúmulo de serviço: Faz com que a pessoa adie suas responsabilidades.
- Excesso de comida ou bebida: Provoca a moleza e o sono.
E no que resulta a preguiça?
- Em desânimo: A pessoa não tem atitude de mudar o comportamento
- Em fracasso: A pessoa não tem vontade de realizar nada e se torna ultrapassado, não conseguindo “prosperar” na vida pessoal e profissional.
- Em problemas de saúde: Quem não se movimenta tem mais chances de contrair doenças.
- Em necessidades: Aquele que não trabalha necessita de outros para manter suas atividades.
A preguiça no entanto, pode ser contornada se o indivíduo procurar ter uma vida mais saudável de modo a melhorar sua indisposição através de uma alimentação adequada.
É recomendável também a mudança de hábitos trocando-os por outros que lhe tragam maior satisfação além de organizar melhor o seu tempo, o espaço onde vive e a vida. Enfim, procurar coisas que dê satisfações e mais sentido à vida.
O escritor espiritualista Divaldo Franco em seu livro “Conflitos Existenciais” recomenda contra a preguiça:
a) Exercício, movimentação, afim de preservar a própria estrutura física,
b) Exercitar a mente com pensamentos saudáveis,
c) Pensar é uma benção. Auxilia a capacidade do raciocínio afim de elaborar projetos que mantenham o entusiasmo e a alegria de viver,
d) Terapia para a preguiça,
e) Interrogar-se por que estou sofrendo? Até quando suportarei essa situação?
O despertar terapêutico, segundo Divaldo Franco, começa a surgir com a vergonha pelo estado que se encontra, dando início ao labor de renovação interna. Surge então, o natural desejo para a recuperação passando a ver a preguiça como enfadonha e monótona.
Conta uma história da tradição oral que:
Assim que morreu, José encontrou-se num belíssimo lugar rodeado de conforto e beleza. Um sujeito vestido de branco aproximou-se dele e disse: - “José, você tem o direito de pedir o que quiser: Qualquer alimento, prazer ou diversão”.
Encantado, José aproveitou e fez tudo o que queria fazer durante a vida e não fez. Bebidas, mulheres lindas, festas intermináveis e jogos.
A vida lhe sorria de domingo a domingo, mas acontece que até dos excessos de prazeres, o homem se cansa. E depois de muitos anos, procurou o sujeito de branco:
- Já experimentei tudo o que tinha vontade, disse.
- Preciso agora de um trabalho, o menor que seja, para me sentir útil.
- Sinto muito – Disse o sujeito de branco – mas esta é a única coisa que não posso conseguir. Aqui não há trabalho.
- Que isso? – gritou surpreso o José – Passar a eternidade morrendo de tédio? Está louco? Não quero. Prefiro mil vezes estar no inferno.
O homem de branco aproximou-se e disse em voz baixa: - E onde o senhor pensa que está?
Não devemos, no entanto, confundirmos repouso com preguiça. O repouso é necessário e é o momento em que se processa o importante trabalho do armazenamento da força vital dentro de nós.
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