quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DEUS EXISTE? FERNANDO MARTINS FERREIRA

DEUS EXISTE?





Li numa revista de circulação nacional, a entrevista do matemático e professor da Universidade de Temple na Filadélfia (USA), John Allen Paulos. Ele escreveu o livro Irreligion e pelo que pude perceber pela entrevista, é devotado à lógica e onde o autor analisa argumentos tradicionais sobre a existência de Deus e os contesta. Afirma também em sua entrevista, que a “Bíblia é uma grande literatura” e que não se pode dizer que as coisas narradas nela ou em qualquer outro texto religioso sejam verdadeiros.
Creio ser mais um “sabido” a pregar a inexistência de Deus a exemplo de tantos outros. - Não li nem pretendo ler o livro.- Pela entrevista pude analisar Mr. Paulos e antes que seja criticado, assumo que emiti juízo sim. Se falso, paciência, mas ele me pareceu de um cartesianismo ilimitado. Raciocínio puro: penso, logo existo.
Limita-se a explicações mecânicas, aqueles velhos argumentos tendo a Bíblia como alvo principal. Vamos devagar à análise:
Sabemos que o primeiro escritor da Bíblia foi Moisés e o último foi João. Entre Moisés e João houve, portanto, um espaço de 1500 anos. Logo, não se conheceram.
Em Gênesis, encontramos um mundo perfeito, recém criado, depois relata a entrada do pecado, a tragédia. Entre Moisés e João, entre o Gênesis e o Apocalipse, vimos a história da humanidade com suas lutas, quedas, rebeliões etc.
Foram quarenta os escritores da Bíblia. Escreveram em tempos diferentes, estilos diferentes, mas mesmo assim existe uma unidade. Nela existem coisas surpreendentes que aguçam a nossa imaginação. Em Isaias 40:22 lemos: “Ele, Deus, esta assentado sobre a redondeza da terra cujos moradores são como gafanhotos.” Chamo a atenção para “a redondeza da terra”.
Estaria a Bíblia se referindo que a terra era redonda? Ora, sabemos que a ciência afirmava que a terra era plana!!
Só em 1492 Colombo chegou à América provando que ela era redonda.
Os mesmos cientistas que criam na terra plana, afirmavam que ela tinha apenas 6.000 anos de existência. Com certeza eles também não acreditavam em Deus.
Pergunto-me: Como se explica a harmonia e o equilíbrio do universo que se comporta como se fosse um ser vivo? Aliás, está comprovado que ele está em permanente expansão.
A nossa fé vem de uma visão holística. O Universo é um todo. Como explicá-lo sem a existência de Criador? Na dádiva da fé encontramos a verdadeira e divina resposta.
Dizem alguns “estudiosos” que as religiões são filhas da ignorância e irmãs gêmeas da arrogância e da intolerância; isso devido em grande parte creio, pelas desgraças e abusos sofridos pela humanidade.
Vejamos o caso da Igreja Católica Apostólica Romana: Esta, na idade média comandava uma tropa de psicopatas que caçavam com entusiasmo gente com o entusiasmo com que caçariam animais selvagens. O maior divertimento dos pervertidos era julgar, esfolar vivo e queimar na fogueira da “santa inquisição.” Tudo isso em nome da fé, em nome da Igreja e conseqüentemente em nome de Deus. As principais vítimas da “Santa Igreja” eram as mulheres do povo, que lidavam com a sabedoria popular de suas antepassadas e ministravam ao povo suas ervas, folhas e raízes. O que hoje é chamado Fito terapia, antes a Igreja denominava: bruxaria.
Os homens também eram perseguidos. Se contrariassem uma autoridade eclesiástica era considerado hereje e, portanto excomungado, empalado, queimado e todos os seus bens confiscados pela igreja.
Indulgencias plena eram vendidas, obviamente por polpudas quantias e assim o “católico” garantia o seu lugarzinho no Céu.
A igreja como negócio, era tão bom que houve uma época com dois papas. Foi em 1378 por ocasião do grande Cisma do Ocidente. (Papas Clemente VII e Urbano VI) um com sede em Roma outro com sede em Avignon, na França. Isso sem falar nos inúmeros anti-papas que existiram até o século XVI. Na verdade, o trono de São Pedro foi aviltado por anos e anos por papas e outras autoridades eclesiásticas, assassinos, amorais, achacadores sem escrúpulos que mancomunados com tiranos, queimavam pilhavam e estupravam em nome e da “Santa Igreja”
Para se ter uma ideia de como era a coisa, conta-se que D.João V, (1689-1750) Rei de Portugal, acompanhado da família real, da sacada do paço da inquisição, em Lisboa, comiam e bebiam assistindo as vitimas serem jogadas nas fogueiras do Páteo dos Hereges, entre os quais muitas mulheres e crianças. D.João V, teria acendido muitas vezes, em pessoa as fogueiras onde iam ser queimados vivos muitos inocentes dobrados à intolerância dos fanáticos.
Não era bom brincar com os endemoniados chefes eclesiásticos. Só Deus mesmo para livrar o “herege” de suas “santidades”.
Foi um horror, uma vergonha, página negra de nossa história.
Se observarmos outra grande religião, o Islamismo não veremos muita diferença, pois até nos tempos atuais alguns fieis malucos, se transformam em bombas humanas se explodindo em metrôs, shoppings e em vias públicas, matando e mutilando centenas de inocentes. Acreditam os loucos pervertidos, que Aláh e Maomé lhes reservarão após a morte, mil virgens e um lugar no Paraíso. Repete de certa forma, o erro da Igreja católica que vendia indulgencia.
Quantas guerras e quanto sangue derramado em nome de Deus! Quanto ódio!
A humanidade sempre blasfemou (e ainda blasfema) quando usa o nome de Deus para seus intentos malignos. O nome de Deus é usado para guerrear, matar e dominar.
Mas Deus não tem nada a ver com isso! Apesar de tudo, creio que as religiões sejam necessárias, até mesmo para que as relações humanas sejam possíveis. Elas ainda são o freio moral necessário.
Devemos questioná-las sim, colocarmos o dedo na ferida, não deixarmos os fatos cair no esquecimento, até para que elas possam evoluir. Devemos e temos o direito de fazer tudo isso, mas questionar a existência de Deus é um contra senso, posto que o Universo esta aí, harmônico, belo e em constante transformação, como a nos lembrar da presença “Dele.”
Deus esta em toda parte, está dentro de nós e para ouvi-lo basta ouvir o nosso próprio coração. Confesso-me um defensor da fé, sim senhor. Fé “Nele”, no Criador que tudo faz tudo vê e tudo pode.

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