terça-feira, 31 de julho de 2012

A INVEJA -DO LIVRO OS SETE PECADOS CAPITAIS (2010) FERNANDO MARTINS FERREIRA

“A inveja não é quereres o que o outro tem (isso é Cobiça), mas querer que ele não tenha. É essa a grande tragédia do invejoso”. Zuenir Ventura Podemos definir a inveja como um misto de raiva, ódio e desgosto provocado pela prosperidade ou alegria de outro. Ela é a antítese da caridade e simboliza o descontentamento em relação aos bens alheios. O alvo dos invejosos são as pessoas de vontade fraca, indecisos, medrosos, superticiosos, que não se julgam merecedores da felicidade de estar aqui na terra. O fortalecimento interior é a melhor arma contra os invejosos. A inveja é uma das emoções mais primitiva e negada por todos. Invejoso eu? Jamais!... A inveja não é só a tristeza pelo bem alheio mas a alegria do mal do outro. É um sentimento pequeno de inferioridade, às vezes, inconscientemente. Ao nos sentirmos menores do que o outro, nos aumentamos, nos vangloriamos, nos enaltecemos para evitar o mal estar do desequilíbrio. Quando criticamos, diminuímos, ofendemos e temos a necessidade de falar mal de alguma pessoa, com certeza estamos nos sentindo inferiores à ela. Na fábula de La Fontaine, (adaptada), uma rã viu um touro que tinha boa estatura. Ela, que era pequena e invejosa, começou a inflar-se para igualar-se ao touro em tamanho. Depois de algum tempo perguntou à irmãzinha: - Olhe-me, é o bastante? Estou do tamanho do touro? - De jeito nenhum. - E agora? - De modo algum. Você nem se aproxima dele. O animal invejoso continuou inflando até estourar e morrer. A inveja definitivamente não nos leva a lugar algum. Mas o que dizer do “olho gordo” tão afamado? Pois o “olho gordo” é outro nome da inveja. Popularmente o olho gordo é um olho que atrapalha, faz mal, danifica. O “olho gordo” ou o mau olhado nada mais é do que a “canalização” através dos olhos de uma energia interna gerada pelo desejo intenso de possuir o que é dos outros. Os possuidores do “olho gordo” são pessoas em permanente estado de descontentamento e que tem complexo de inferioridade mesmo que disfarçado, camuflado, uma vez que não se julgam capazes de conseguir por si mesmos o objeto da cobiça, com certeza são vampiros de energia. Esse tipo de sentimento existe, está aí, não adianta negarmos. A inveja é capaz de contaminar, sabotar o ambiente. É aquela história da grama do vizinho ser sempre mais verde do que a nossa. O povo brasileiro, mais do que nenhum povo do mundo, acredita em mau olhado ou olho gordo. Se não fosse assim, como se explicaria o número de figas, patuás, escapulários, bentinhos e fitas, ou o banho de mar e as oferendas no final do ano? Nossas praias ficam lotadas de gente. Isso é fruto de nossas raízes africanas. Quantas vezes ouvimos dizer ou até mesmo dizemos: “Aquela pessoa não tem o olhar bom tem o olhar de seca pimenteira”. Já vimos até um quadro humorístico na TV, com grande sucesso, cujo personagem era o Z(s)eca Pimenteira. Tudo que ele admirava, desejava, morria, explodia, e secava para o desgosto do dono do objeto desejado. O psicanalista Alberto Godim faz três divisões da inveja: 1 – Inveja Sublimada: A pessoa admite seus limites, aproveita o talento dos outros. Ela entende o mérito alheio e aceita que existam diferenças segundo os momentos da vida. 2 – Inveja Neurótica: A pessoa vive dominada por sentimentos invejosos, mas não é necessariamente uma má pessoa. É a principal vítima de sua inveja. É amargo, mal humorado e deprimido. 3 – Inveja Perversa: É o invejoso destrutivo. Vive para bloquear todas as expressões da criatividade, de beleza, ou de talento que aparecem em sua frente. Acaba bloqueando o seu próprio caminho pelos inimigos que reúne durante a vida. Em geral, esta pessoa é fruto do desamor. Geralmente são pessoas que não amam e não têm capacidade de amar. Os invejosos mais comuns são: • O Fofoqueiro: Fala mal daquele por quem sente inveja. • O Bajulador: “Puxa o saco” de quem sente inveja. • O Falso Amigo: Sente inveja, mas finge que é amigo. • O Cego: Nunca acha que é invejoso. • A Vítima: Sente inveja, mas fica se desvalorizando. Acha que o mundo está contra ele. O mundo sempre lhe deve algo. É o famoso “coitadinho”. Já para o escritor e espiritualista André Montovanni: “O mau olhado é um olhar ardiloso e sombrio de alguém sobre uma pessoa ou situação. E a inveja não é tão fatal como as pessoas imaginam, pois só entram no jogo os que estiverem na mesma sintonia dessa inveja”. Continua Montovanni: “O ser humano tem sentimentos diversos e alguma vez na vida os indivíduos sentirão inveja de algo ou de alguém”. “O que podemos fazer é transformar a inveja em combustível positivo para realizar nossos ideais, ou seja, em vez de desejar o mal dos outros ou se fazer de coitado, isso pode ser um estímulo para ir à luta, ao sol. O que ajuda muito é sempre aplaudirmos o sucesso das pessoas que nos cercam, utilizar esses exemplos de realização para correr atrás de nossa felicidade”, afirma Montovanni. Segundo ainda ele, sabemos quando alguém está tentando nos sabotar. Nosso coração diz, pois sentimos uma leve desconfiança aparentemente sem motivo. Se isso ocorrer, preste atenção, ali pode ter algo. Você caro leitor, pode não acreditar, mas por via das dúvidas, não é bom facilitar e abaixo segue uma lista de plantas usadas contra a inveja, olho gordo, mau olhado, etc. • Arruda: Defende o ambiente. • Alecrim: Protege das energias negativas e traz alegrias e sorte. • Espada de São Jorge: Corta os efeitos do olho gordo. • Pimenteira: Segura as coisas ruins e raiva. • Guiné: Segura e transforma a negatividade. • Comigo ninguém pode: Protege o material. • Manjericão: Protege os moradores. Eu não sei quanto a você, mas com relação a mim: “Yo no crejo em las brujas, pero que las hay, las hay”.(Eu não creio em bruxas, mas elas existem, elas existem)

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