sábado, 2 de julho de 2011

DO LIVRO: CONTANDO HISTÓRIAS... HOMENAGEM AO ÍDOLO


Homenagem ao Ídolo


Malba Tahan! Ou, Ali Iezed Izzedim-Ibn Salim Hank Malba Tahan, nasceu em 1885 na Aldeia de Muzalit na Península Arábica, próxima à cidade de Meca, um dos lugares santo para o povo mulçumano.
A convite do Emir Abd El Azzizben Ibrahim, assumiu o cargo de queimaçã (prefeito) da cidade árabe de El Medina. Estudou no Cairo e em Constantinopla. Aos 27 anos recebeu uma grande herança paterna e iniciou uma longa viagem pelo Japão, Índia e Rússia em busca de conhecimento.
Morreu em 1921, aos 36 anos, lutando pela libertação de uma tribo da Arábia Central, não sem antes, nos deixar uma extensa obra literária entre as quais destaco:
- Amor de Beduíno
- Lendas do Deserto
- Lendas do Oásis
- Lendas do Céu e da Terra
- Maktub
- O Homem que Calculava
- As Aventuras do Rei Baribê
- A Sombra do Arco Íris
- Contos e Lendas Orientais
- O Céu de Allah
- Mil Histórias sem fim
- A Arte de Ler e Contar Histórias
Malba Tahan! Uma lenda! Uma criação genial do profes­sor educador, pedagogo, escritor e conferencista brasileiro Júlio César de Mello e Souza. Ele, que jamais viu em sua vida uma caravana atravessar o deserto, muito menos um oásis, deu vida ao homem do deserto Malba Tahan e através dele trouxe até nós, lendas, expressões de linguagem e costumes do povo do oriente.
Poderia como outros escritores ter inventado simples­mente um pseudônimo, mas criou um personagem completo com local e data de nascimento, vida e morte.
Mas quem na verdade foi Júlio César de Mello e Souza?
Filho de professores, nove irmãos, nasceu em 06/05/1895 no Rio de Janeiro e foi ainda criança para Queluz em São Paulo. Por lá ficou até os 10 anos quando foi enviado para o Rio de janeiro com o intuito de se preparar para ingressar no Colégio Militar.
Em 1906, ingressou no citado colégio onde permaneceu até 1909 quando transferiu-se para o Colégio Pedro II.
Aumentava a mesada paterna escrevendo e vendendo re­dações aos colegas. Não era bom aluno de matemática, penava em álgebra, criticava a didática da época que classificava como detestável método de salvação.
Gostava mesmo era de escrever e o fazia usando nomes absurdos como Mordukbarian ou Protocholoski.
Formou-se em Engenharia pela Escola Nacional de Enge­nharia, mas nunca exerceu a profissão. Preferia lecionar no Co­légio Pedro II onde estudara.
Com 23 anos era colaborador do jornal carioca “O Imparcial” e levou cinco contos que escreveu para o seu editor.
Esse não deu a mínima e os contos ficaram ali sobre a mesa, sequer os leu.
Júlio César apanhou os contos e no dia seguinte apareceu no jornal com os mesmos contos, mas ao invés de J.C.Mello e Souza, assinou R.S.Slade, um fictício escritor americano.
Entregou novamente os contos ao mesmo editor, dizendo que acabara de traduzi-los e que faziam grande sucesso nos Estados Unidos.
O primeiro conto “A Vingança do Judeu” foi publicado no dia seguinte e foi um sucesso. Os outros quatro seguiram a mesma trajetória. Dessa forma, foi se preparando nos sete anos seguintes para se transformar em Malba Tahan.
Em 1925, então com 30 anos, procurou o dono do jornal carioca “A Noite”, o Sr. Roberto Irineu Marinho, fundador das organizações Globo, homem de grande visão, gostou da idéia e publicou “Contos das Mil e Uma Noites”.
Júlio César foi tão meticuloso que providenciou até mesmo um tradutor fictício, o professor Breno Alencar Bianco. Os livros editados vinham inclusive com notas do tradutor.
Malba Tahan – significa Moleiro de Malba e Malba era um Oásis.
Tahan foi retirado do sobrenome de uma aluna chamada Maria Zechsuk Tahan.
O pseudônimo de Júlio César ficou tão famoso tanto no Brasil, quanto no exterior que o presidente Getúlio Vargas pu­blicou um decreto oficial permitindo que o nome Malba Tahan aparecesse estampado em sua carteira de identidade. Foi pro­fessor de história, geografia e física antes de dedicar-se a ma­temática e dela foi um grande divulgador no Brasil. A frente de seu tempo como professor, não gostava de dar zero aos alunos: “Porque dar zero, se há tantos números? Dar zero é tolice”. Dizia ele.
Incumbia aos melhores alunos ajudar os mais fracos.
Em classe lembrava um ator empenhado em cativar a pla­téia.
Usava os conhecimentos adquiridos com Procópio Ferreira com quem fez um curso de teatro. Nas aulas, traba­lhava com estudo dirigido, manipulação de objetos e propôs a criação de laboratórios de matemática em todas as escolas.
Escreveu e publicou 69 livros de contos e 51 livros de ma­temática. Somente o livro “O homem que calculava” vendeu dois milhões de livros e foi traduzido para o inglês (Estados Unidos e Inglaterra), italiano, espanhol e catalão. É indicado como livro paradidático em vários países.
Fez também durante a vida, cerca de duas mil conferên­cias.
Convidado pela secretaria de educação de Pernambuco estava ministrando dois cursos, no Colégio Soares Dutra no Recife. “A arte de contar histórias e Jogos de Recreação”, quando foi surpreendido pela morte.
Às 5 h e 30 min. do dia 18/06/1974 aos 79 anos expirava nos braços de Nair, sua esposa, no Hotel Boa Viagem em Recife.
A causa da morte: edema pulmonar agudo e trombose coronariana. Seu corpo foi transladado para o Rio de Janeiro onde foi sepultado no Cemitério do Caju.
Extremamente generoso, além de todas as ocupações já citadas, entregou-se de corpo e alma à causa das vítimas da lepra – os hansenianos. Editou por 10 anos a Revista Damião que pregava o reajustamento social dos doentes.
Foi também apresentador de programas nas Rádios: Nacional-Clube, Mairynk Veiga do Rio e TV Tupi.
Em 2004 – foi fundado em Queluz – o Instituto Malba Tahan com o objetivo de fomentar, resgatar e preservar a memória e o legado de Júlio César.
O dia 06 de maio data de seu nascimento, foi escolhido pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, como o dia da Matemática.
Júlio César de Mello e Souza – o Malba Tahan, brasileiro, com alma e coração de Beduíno.
Salã Aleikum
               (A Paz Seja Contigo)



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