sábado, 15 de outubro de 2011

LENDAS E MISTÉRIOS MUNDIALMENTE CONHECIDOS - FERNANDO MARTINS FERREIRA

LENDAS E MISTÉRIOS MUNDIALMENTE CONHECIDOS




Desenho de Fernanda Ferreira (2004)



Por milhares de anos, homens de diversas nacionalidades se aventuraram nos mares e oceanos e estes têm sido fontes de incontáveis lendas e mistérios.
Os gregos temiam a feiticeira Circe que atraia para a morte os marinheiros.
O Herói Ulisses, personagem épico da "Odisséia", de Homero topou com ela na Ilha de Eana e teve vinte e três de seus homens transformados em tigres, leões e lobos, não fero¬zes, e domados por ela.
Os vikings, povos que ocuparam a Península da Escandinávia desde a idade da pedra, eram exímios navegado¬res. Contribuíram enormemente na tecnologia marítima e na construção de cidades. Seus barcos eram famosos e conhecidos como Drakkaas (dragão) por apresentarem na proa a cabeça semelhante a de um dragão. Embora sejam mais conhecidos como um povo de terror e destruição, eles também fundaram povoados e fizeram o comércio pacificamente. Pois bem, esses valorosos homens que povoaram a Suécia, Noruega, Islândia e que alcançaram as terras da América do Norte através da Groenlândia, contavam histórias dos “kraken” que seriam monstros marinhos de 60 metros de comprimento com esca¬mas e olhos flamejantes.
Já na época dos grandes descobrimentos, os marinheiros temiam encontrar as sereias, metade humano, metade peixe, que com o seu doce canto, atraia os homens para o fundo do mar. A tripulação de Cristóvão Colombo quando avistou pela primeira vez o mar de sargaços no meio do Atlântico, temiam ser aprisionados pelas espessas algas de cores verde, amarela e marrom. Nos tempos atuais, o Triângulo das Bermudas ou Triângulo do Diabo como é comumente chamado, nos induz a pensar que algo misterioso e mortal ocorre ali. O Triângulo das Bermudas é a denominação de 3.900.000 quilômetros quadra¬dos no Oceano Atlântico, circundada pelo litoral sul da Virgínia, as Ilhas Bermudas, no Caribe e Ilhas Flórida.
Ao triângulo é creditado o desaparecimento misterioso de barcos e aviões. Autoridades militares e pesquisado¬res procuram explicações, pois pilotos de aviões sempre comu¬nicam alterações em giroscópios, avarias em rádio, tempesta¬des repentinas e estranhas que se formam e se dissipam com espantosa velocidade, desafiando os serviços de meteorologia da região. Estudiosos e místicos do mundo inteiro estudam tais fenômenos e uma centena de teorias tentam explicá-los.
Alguns dos fenômenos encontram-se sem explicações plausíveis e continuam a desafiar os estudiosos.


I – O BERGANTIM MARY CELESTE


No mês de novembro de 1872, o Veleiro “Dei Gratia” e o Bergantim Mary Celeste zarparam de Nova York.
O Mary Celeste com destino a Gênova na Itália levava a bordo um carregamento de mil e setecentos barris de álcool bruto. No Dei Gratia navegava o seu capitão Morehouse e sua tripulação e no Mary Celeste, seu capitão Benjamim Spooner Briggs, seu imediato Albert Richardson e mais uma tripulação de sete homens.
Acompanhava o capitão, sua mulher Sarah e sua filhinha de dois anos, Sophia.
No dia 04 de dezembro de 1872, a tripulação do Dei Gratia avistou o Mary Celeste à leste dos Açores, no Oceano Atlântico.
O navio oscilava para a direita e para a esquerda como se o timoneiro estivesse bêbado.
Perceberam que somente duas velas estavam içadas. As outras estavam furadas ou pendiam em farrapos.
Ao se aproximarem perceberam que não havia ninguém ao leme da embarcação e ao subirem a bordo constataram que o barco estava vazio.
A caixa da bússola encontrava-se totalmente destruída e a bússola propriamente dita quebrada.
Perceberam que um barco salva-vidas não estava a bordo e que a proa do Mary Celeste apresentava perfurações de 15 metros acima da linha d’água, o que não impedia a sua navega¬ção.
As provisões e a carga encontravam-se intactas.
Sobre a cama do capitão havia várias bonecas, como se uma criança que brincava ali foi levada às pressas, sem ter tempo de recolher os brinquedos. A máquina de costura da Sra. Briggs estava sobre a mesa. Nos beliches da tripulação tudo se encontrava arrumado, inclusive roupa lavada pendurada no varal.
Encontraram também na cozinha um vidro de xarope aberto, não entornado ao lado de pratos e ornamentos intac¬tos. Havia também comida preparada e não havia nenhum sinal de luta. O diário de bordo do capitão datava de nove dias antes e nada ajudava a desvendar o mistério.
O capitão do Dei Gratia ordenou então, que o Mary Celeste fosse levado a Gibraltar onde as autoridades britânicas abriram um inquérito público para investigar o caso.
O capitão e a tripulação do Dei Gratia foram exaustiva¬mente interrogados pelas severas autoridades britânicas, mas o fato é que o capitão do Mary Celeste, sua família e a tripulação jamais foram encontrados.
Várias hipóteses foram levantadas e estudadas.
- Motim? – Onde estaria a tripulação?
- Furacão? – Porque as velas estariam colocadas daquela maneira?
- Seqüestro / Pirataria? – O Bergantim é um barco esguio e veloz, portanto dificilmente seria alcançado, além do que a carga estava intacta.
- Insanidade? – Insanidade coletiva seria difícil.
Entretanto a questão que mais intrigou as autoridades foi a de como o Mary Celeste manteve o rumo sem a tripulação e durante 10 dias, percorrendo 500 milhas?
Quando o Dei Gratia alcançou o navio misterioso, Morehouse tinha as velas para bombordo mas o outro tinha-as a estibordo. Era inconcebível.
Que força misteriosa teria atuado ali?
Mais de 135 anos se passaram e o mistério permanece.
Acredita-se que o Mary Celeste foi atacado pela mesma força misteriosa que age no Triângulo das Bermudas.


II – SALTO NO TEMPO E ESPAÇO


No dia 04 de dezembro de 1970, Bruce Gernon Jr. tendo o pai como co-piloto decolou da Ilha de Andros, na paradisíaca Bahamas, em seu avião Beechaft Bonanza com destino a Palm Beach, na Flórida. Tempo de vôo previsto, 75 minutos. Céu de brigadeiro, mas repentinamente viu surgir à sua frente uma estranha nuvem em forma de charuto. Acelerou o avião na ten¬tativa de desviar, mas ela parecia ter vida e vinha rapidamente ao seu encontro parecendo querer envolvê-lo.
Já no meio da nuvem, observou que as paredes eram de um branco intenso e brilhante e pequenas nuvens brancas gira¬vam em sentido horário. Em meio a nuvem, vislumbrou um tú¬nel e o céu azul e claro do outro lado. Não titubeou, a saída teria que ser por ali. Mergulhou rápido pensando sair do outro lado. O avião pareceu-lhe mais veloz e extremamente leve.
Ao sair do túnel, entrou numa névoa verde esbranquiçada e não no céu azul que ele tinha visto anteriormente. Checou os equipamentos e se assustou pois a bússola girava no sentido anti-horário. O equipamento de navegação não funcionava e ele não conseguia estabelecer contato com as estações de radar da terra.
O rádio ficou mudo. Todo o controle do avião simples¬mente desapareceu.
Em meio à névoa esverdeada, Gernon respirou aliviado ao avistar uma ilha que supôs ser Bimini devido pouco tempo de vôo. Não, não era!
Era Miami Beach. Uma viagem de 75 minutos foi feita em 45 minutos e com gasto de dois galões de combustível a menos.
Gernon e seu pai sobreviveram ao Triângulo das Bermudas e puderam contar e registrar a história.



III – MISSÃO FATAL


No dia 05 de dezembro de 1945, cinco torpedeiros Avenger da Força Aérea Americana, decolaram da Base Aérea de Fort Lauderdele, na Flórida. O tempo estava claro e ensola¬rado e a rota de vôo seria Ilha das Bermudas – Porto Rico e re¬torno à Flórida.
As Ilhas Bermudas se localizam a apenas 1000 km da costa americana, mas lá está localizado o terrível Triângulo das Bermudas.
O instrutor e tenente Charles G. Taylor comandava os treze tripulantes do vôo 19 em exercício de treinamento. Às 15h40min horas o tenente Robert Cox que sobrevoava a região também em exercício, recebeu uma mensagem de Taylor que dizia que as duas bússolas de seu avião não funcionavam e ele não conseguia encontrar Fort Lauderdele.
Por 45 minutos Cox tentou determinar a posição de Taylor e guiá-lo para Fort Lauderdele.
Tentou orientá-lo até mesmo pelo sol, uma vez que o tempo estava claro, mas Taylor não conseguia encontrá-lo. Sua transmissão foi ficando cada vez mais fraca até sumir comple¬tamente e ele não retornou a base.
A Rádio de Port Everglad também estabeleceu contato com o vôo 19: “Vamos voar para oeste até alcançarmos a praia ou ficarmos sem combustível”, foi a última mensagem enviada por Taylor. A Força Aérea Americana, imediatamente colocou no ar um hidroavião Mariner com 13 tripulantes em busca do vôo 19 e o hidroavião após percorrer o mesmo trajeto, também sumiu misteriosamente.
Em menos de uma semana, a Força Aérea Americana rea¬lizou 930 vôos de busca sobre a área em busca do Avenger e do Mariner e absolutamente nada foi encontrado. Nenhum vestígio. Os estudiosos do ocultismo creditam às forças maléficas, o desaparecimento dos dois aviões.


IV – A LENDA DO HOLANDÊS VOADOR


Essa lenda atemorizou marinheiros do mundo inteiro por centenas de anos. A lenda sofreu variações, mas a base é a seguinte:
Mesmo contra a vontade de sua tripulação, o capitão Henrique Vonder Decken do Brig Holandês Vliende Hollander do início do século XIX, resolveu durante uma terrível tempes¬tade atravessar o Cabo da Boa Esperança.
O capitão num acesso de raiva lançou um desafio aos ven¬tos que lhe dificultava a travessia, dizendo que preferia enfren¬tar a tempestade até o juízo final, a desistir de fazer aquela tra¬vessia e levar o seu barco ao porto.
Reza a lenda que o diabo lhe fez a vontade, condenando-o e sua tripulação a percorrer os mares para sempre sem ancorar em porto algum.
Os marinheiros do mundo inteiro temiam encontrar o satânico navio, pois se dizia que traria má sorte e era prenúncio de desastre uma vez que fora amaldiçoado pelo diabo. E assim em cada porto do mundo contava-se uma história do Holandês Voador, como passou a ser chamado.
Em 11 de junho de 1881, o Hms Inconstant da marinha real inglesa, navegava em mar calmo entre Melbourne e Sidney na Austrália, pouco antes do amanhecer. A bordo encontrava-se o príncipe George posteriormente Rei George V da Inglaterra e seu irmão, o príncipe Albert Victor.
De repente, o vigia do castelo de proa anunciou a chegada de um barco a bombordo.
Todos os oficiais e tripulantes num total de treze aproxi¬maram-se da amurada para ver o navio que se aproximava. De bordo emanava uma estranha luminosidade avermelhada. Seus mastros e velas sobressaiam nitidamente. Não havia ninguém a bordo. Pouco tempo depois o barco desapareceu sem deixar vestígio, ali, bem na frente deles.
O fato foi registrado nos diários de bordo dos dois membros da família real, bem como no do almirante do navio.
Registraram também que naquela mesma manhã o vigia caiu da trave do mastro principal e se “despedaçou” no convés. Os dois membros da família real registraram também que ao chegarem ao porto, o almirante foi acometido de uma doença fatal.
A tão propagada maldição do Holandês Voador se fez presente.





V – CUZCO


Os Incas eram uma poderosa civilização da América do Sul.
As tribos Quíchuas, Aimara e Junca formavam um grande império tendo Cuzco (Peru) como capital. Chegaram os espanhóis tendo a sua frente os sanguinários Francisco Pizarro e Diogo de Almagro.
Em 16 de novembro de 1532, Pizarro solicitou uma entre¬vista com Atahualpa que era o senhor absoluto de Cuzco.
Atahualpa compareceu ao encontro na praça principal de Cajamarca acompanhado de 4000 pessoas totalmente desar¬madas. Após recusar-se a adotar a religião católica e reconhecer a soberania de Carlos V, os Inca foram traiçoeiramente atacados pela artilharia espanhola e Atahualpa preso e condenado à morte. O império Inca foi dizimado, os tesouros pilhados e as¬sim uma grande cultura foi aniquilada.
A maioria dos edifícios foi arrasada pelos Clérigos Católicos com o duplo objetivo de destruir a civilização Inca e construir com pedras e tijolos igrejas cristãs e demais edifícios administrativos, dessa forma impondo sua pretensa superiori¬dade européia. O local da carnificina é tido até hoje como lugar sombrio de grande fonte de energia “pesada”. Dizem os estudi¬osos, místicos e sensitivos que até hoje no local é possível sentir as fortes vibrações macabras da carnificina e que espectros são avistados.

Quanto a você, caro leitor, não sei o que pensará sobre estes casos, quanto a mim, reconheço minha pequenez frente aos diversos mistérios do universo. Sou daqueles que acreditam na citação de William Sheakspeare, em Hamlet: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que crê nossa vã filosofia”!







EDIÇAO ESGOTADA-

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